A defesa da mãe do menino Moisés Falk Silva, de apenas 4 anos, que morreu no último domingo, 17, em Florianópolis (SC), se manifestou publicamente nesta terça-feira, 19. A criança foi encontrada sem vida em casa, e o caso resultou na prisão da mãe, Laryssa de Araújo Falk, natural de Rio Branco, e do padrasto, Richard da Rosa Rodrigues. Ambos foram detidos após prestarem depoimento na Delegacia de Homicídios da capital catarinense.
Segundo a advogada Bruna Vial, que representa Laryssa, a mãe do menino obteve liberdade provisória com parecer favorável do Ministério Público. A defesa destaca que o processo tramita em segredo de Justiça e que não há, até o momento, laudo pericial atestando a causa da morte.
“Laryssa, mãe em luto pela perda irreparável de seu filho, foi colocada em liberdade provisória com parecer favorável do Ministério Público. A conduta a ela imputada pela Autoridade Policial é de omissão imprópria, não de ação direta contra seu filho”, diz trecho da nota divulgada pela defesa (leia na íntegra ao final).
A nota ainda informa que Laryssa está grávida, muito abalada emocionalmente e pede acolhimento, não julgamentos precipitados.
“Confiamos que no decorrer do processo a verdade será demonstrada e a justiça prevalecerá”, conclui a defesa.
Entenda o caso
Moisés chegou desacordado ao hospital do bairro Carianos, levado por vizinhos, e foi atendido em estado gravíssimo. Uma enfermeira realizou manobras de reanimação no trajeto, mas o menino apresentava parada cardiorrespiratória, cianose, extremidades frias e ausência de batimentos cardíacos. A morte foi confirmada após quase uma hora de tentativas médicas.
Durante o atendimento, a equipe médica percebeu hematomas no corpo da criança — no rosto, abdômen e costas — além de possíveis marcas de mordida, o que levou à comunicação imediata com a Polícia Militar.
Testemunhas relataram comportamento frio do padrasto, que teria até simulado um desmaio ao saber da morte. Já Laryssa, segundo relatos de funcionários do hospital, teria chegado em estado de choque.
Nos depoimentos, Richard alegou que a criança passou mal subitamente. Laryssa disse ter saído para trabalhar pela manhã e só soube do caso por telefone. O pai biológico também relatou episódios anteriores de febre e manchas, mas afirmou não acompanhar de perto os atendimentos médicos da criança.
A família já era acompanhada pelo Conselho Tutelar, devido a denúncias anteriores de possíveis maus-tratos.
Diante das contradições e dos indícios de agressão, a Polícia Civil decretou a prisão preventiva do casal. O caso segue sendo investigado, com apoio do Instituto Médico Legal (IML), que deve emitir o laudo oficial sobre a causa da morte.
Leia a nota da defesa na íntegra:
A defesa técnica informa que Larissa, mãe em luto pela perda irreparável de seu filho, foi colocada em liberdade provisória com parecer favorável do Ministério Público.
Ressaltamos que o processo tramita em segredo de justiça, razão pela qual não podemos divulgar maiores informações, entretanto, salientamos que a conduta a ela imputada, pela Autoridade Policial, é de omissão imprópria, não de ação direta contra seu filho e que sequer existe nos autos laudo pericial atestando a causa da morte.
Larissa está grávida, muito abalada e precisa de acolhimento neste momento, não de julgamentos precipitados.
Confiamos que no decorrer do processo a verdade será demonstrada e a justiça prevalecerá.