Após denúncias virem à tona, a blogueira Marília Rodrigues esteve nesta quarta-feira, 13, na Câmara Municipal de Rio Branco para reforçar as acusações contra o superintendente da RBTrans, Clendes Vilas Boas. Ela foi recebida pelos vereadores e detalhou episódios de perseguição, assédio moral e supostas irregularidades envolvendo o uso de recursos públicos.
Segundo Marília, o superintendente teria tentado demiti-la por diversas vezes e passou a persegui-la. “Ele diminuiu o meu salário, tirou a minha mesa e o meu computador. Eu ficava rodando dentro do gabinete, sentando em sofás, sem condições de trabalhar”, afirmou.
A blogueira também relatou que Clendes utilizava o carro da RBTrans para fins particulares, além de guardar e vender perfumes dentro do local de trabalho. Além disso, ela denunciou pressões relacionadas às últimas eleições, proibindo a entrada de celulares na sala do superintendente para influenciar comportamentos.
Marília revelou ainda o impacto psicológico que teria sofrido por conta da situação. “Adquiri crise de ansiedade, fiquei cerca de quatro meses sem sair de casa e perdi três anos da minha vida trabalhando na RBTrans. O ambiente de trabalho ficou pesado, houve depressão e total desestímulo.”
O vereador André Kamai (PT) destacou a gravidade das denúncias e sugeriu o afastamento de Clendes para que a investigação ocorra de forma transparente. “Alguém com práticas desse tipo e com acusações desse tipo não pode continuar no espaço de poder. É uma forma de proteger a gestão pública e a RBTrans”, afirmou.
A vereadora Elzinha Mendonça, presidenta da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara, reforçou a necessidade de apuração rigorosa. “A denúncia se materializou e a Câmara não pode se calar diante de situações tão sérias. Repudio qualquer forma de assédio ou abuso de poder e colocamos a comissão à disposição para acolher relatos e garantir que providências sejam tomadas”, disse.
Clendes Vilas Boas divulgou nota na terça-feira, 12, classificando as acusações como “levianas, irresponsáveis e desprovidas de qualquer prova ou fundamento”. O superintendente afirmou estar pronto para responder a qualquer questionamento das autoridades competentes e ressaltou seu histórico pessoal e profissional: “Tenho 55 anos, nunca fui preso, nunca fui condenado, nunca me envolvi com corrupção e nunca assediei ninguém. Sou ficha limpa.”
As denúncias apresentadas anteriormente incluem relatos de assédio moral, investidas não consentidas, comentários sobre aparência física e humilhações públicas. Os vereadores afirmam que o caso será encaminhado ao Ministério Público e à Corregedoria do município, mantendo Marília Tavares e outras servidoras envolvidas sob sigilo e acompanhamento.