Apesar das graves denúncias de assédio feitas por servidores da RBTrans contra o superintendente da autarquia, Clendes Vilas Boas, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, afirmou que não irá afastá-lo do cargo neste momento, segundo confirmação ao portal A GAZETA nesta quinta-feira, 21. A decisão contraria o apelo de vereadores da capital, que pedem providências urgentes diante da gravidade das acusações.
“Olha só, os vereadores têm todo o direito de pedir. Agora, eu tenho a prerrogativa de fazer ou não fazer. Eu acredito na inocência dele a princípio e não gosto de matar a reputação de ninguém. Eu acredito no Vilas Boas, acredito, a princípio, na inocência dele, por isso que eu quero esperar”, declarou Bocalom.
As denúncias contra Clendes foram apresentadas, inicialmente, pelos vereadores Eber Machado (MDB) e André Kamai na Câmara Municipal. Um documento enviado, de forma anônima, aos parlamentares, relatava suposto de caso de assédio contra, ao menos, três servidores da RBTrans. Dias depois, servidores e ex-servidores foram até a Câmara para formalizar as denúncias e pedir apoio dos vereadores com pedido de afastamento do gestor.
Até essa terça-feira, 19, duas pessoas já tinham sido ouvidas pelo Ministério Público do Acre (MPAC), que acrescentou ainda que mais outra passaria por oitiva nas próximas semanas. O Centro de Atendimento à Vítima (CAV) do MPAC está à frente do acolhimento das supostas vítimas e reafirmou que permanece à disposição para receber novas denúncias. A instituição informou ainda que, após a conclusão das oitivas, poderá solicitar a abertura de inquérito policial para aprofundar a apuração dos fatos.
Mesmo diante da gravidade das acusações, Tião Bocalom criticou o que classificou como “costume” de condenar previamente as pessoas. “Hoje, no Brasil, está esse costume de matar a reputação antes da hora. Nós temos que acabar com essa história de que qualquer um pode fazer uma denúncia anônima e destruir a vida de alguém”, afirmou.
O prefeito destacou que o caso está sendo apurado pela Controladoria-Geral do Município e pelo Ministério Público, e que aguarda a conclusão das investigações para tomar qualquer decisão definitiva. “Se houver culpa, evidentemente que aí não tem condições de continuar. Mas antes de ser julgado, é muito ruim ficar acabando com a reputação das pessoas”, reforçou.