O mês de julho terminou com um cenário preocupante para Rio Branco: choveu apenas duas vezes em todo o mês, totalizando apenas 8,8 milímetros de precipitação – número muito abaixo da média esperada, que era de 29,3 milímetros. A informação é do coordenador municipal da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, que aponta a estiagem como uma das piores já registradas na capital acreana.
A falta de chuvas agrava o quadro do Rio Acre, que já se aproxima da menor cota da história. Segundo Falcão, o nível atual, de 1,53 metro, está a apenas 30 centímetros acima do recorde registrado em setembro de 2024, quando o rio marcou 1,23 metro. “É possível que se iguale ou até ultrapasse esse marco negativo. O solo já está extremamente seco e não há previsão de melhora significativa a curto prazo”, afirmou.
Diante do cenário, a Defesa Civil já iniciou uma série de ações emergenciais, incluindo a elaboração de um decreto que reconhece situação de emergência em 72 comunidades da zona rural de Rio Branco. “Desde o dia 7 de julho, já estamos atendendo 40 dessas localidades. Estimamos entre 28 mil e 30 mil pessoas impactadas diretamente, o que representa cerca de 6 mil famílias”, disse o tenente-coronel.
Além do suporte humanitário, o órgão está levantando prejuízos na agricultura, piscicultura e pecuária leiteira, além de monitorar possíveis impactos na zona urbana, especialmente relacionados ao abastecimento de água. A expectativa é que as ações sejam ampliadas nas próximas semanas, conforme o agravamento da estiagem.