A estiagem severa que atinge Rio Branco há meses levou a prefeitura a decretar situação de emergência em saúde pública, publicada nesta sexta-feira, 15. O decreto, assinado pelo prefeito Tião Bocalom e publicado no Diário Oficial do Estado, tem validade de 180 dias e visa adotar medidas imediatas para proteger a população, ampliar a cobertura assistencial e reduzir os impactos da seca na saúde da população.
Segundo o documento, o nível do Rio Acre permanece continuamente abaixo da cota de alerta desde o dia 18 de junho, comprometendo de forma crítica o abastecimento regular de água potável e deteriorando a qualidade dos recursos hídricos disponíveis, criando um ambiente propício para a proliferação de doenças de veiculação hídrica.
A situação epidemiológica do município também motivou a medida. Dados da Diretoria de Vigilância em Saúde mostram um aumento expressivo nos atendimentos por Doenças Diarreicas Agudas (DDA), com 2.496 casos registrados apenas em 2025, além de 30.067 atendimentos por doenças respiratórias de janeiro a julho, representando crescimento de 1,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
O agravamento das doenças respiratórias é diretamente potencializado pela baixa umidade relativa do ar e pela elevada concentração de material particulado proveniente de poeira e fumaça de queimadas, afetando principalmente crianças e idosos.
A medida tem validade de 180 dias e permite a adoção de ações imediatas para proteger a população, como ampliação do atendimento médico, contratação emergencial de profissionais e aquisição de insumos e equipamentos essenciais.
Esta não é a primeira vez que a prefeitura declara situação de emergência devido à seca. No último dia 6 de agosto, foi publicado decreto que reconheceu o desastre natural em áreas específicas do município, como diversas comunidades rurais – entre elas Panorama, Custódio Freire, Vila Aquiles Perete, Transacreana e Ramal do Joca – e bairros urbanos sensíveis a problemas de abastecimento de água, como Calafate, Horto Florestal, Bem-te-vi, Placas, Santo Afonso, entre outros.
Na ocasião, também foi autorizada a adoção de medidas emergenciais, incluindo contratação de pessoal, aquisição de materiais e serviços sem licitação, além da mobilização de órgãos municipais para assistência às comunidades afetadas.