A História tem um lugarzinho guardado na Expoacre 2025, que chega à sua 50ª edição firmado ainda mais sua importância para a economia e a cultura do estado mais ocidental do Brasil.
Em um dos vários estandes governamentais espalhados pelo Parque de Exposições Wildy Viana, um singelo museu conta a história que poucos conhecem do evento mais aguardado do Acre.

Criada pelo historiador José Wilson Aguiar, a exposição narra detalhes de todas as edições da feira, com destaque para a primeira, entre outubro e novembro de 1944, quando o Acre ainda era território federal.
Curiosamente, a primeira Expoacre, chamada de Expo-Feira Agropecuária, foi a única a não ser realizada no parque, ocorrendo no campo do Rio Branco Futebol Clube. Na ocasião, foram negociados gado e outros animais.

“Na abertura do evento, em frente ao Palácio, havia 21 cavalos. Cada um levava uma bandeira de um estado do Brasil, além da nacional. Podemos dizer que essa foi a primeira Cavalgada”, explica Aguiar.
Na época, ninguém imaginava que a Expoacre se tornaria o fenômeno que é hoje. Por isso, 28 anos separam as duas primeiras edições. O evento de número 2 só foi acontecer em 1972, quando o Acre já era estado.

O historiador explica os motivos. “Nos anos 40, o Acre era muito arcaico. Eram tempos de território e os recursos que vinham da União eram bastante escassos. Com o Acre ascendendo à categoria de estado, o volume de repasses federais aumentou muito, o que permitiu realizar exposição quase todos os anos”.
A Expoacre seguiu de forma ininterrupta até 1981. No ano seguinte, não houve feira. Já em 83, no governo de Nabor Júnior, o evento volta. Na época, a exposição já havia ampliado seu conceito, abarcando o setor industrial.

Também não houve Expoacre em 1988, no governo de Flaviano Melo. Isso porque uma grande enchente obrigou o poder público a usar o parque para abrigar famílias atingidas pelas águas barrentas do Rio Acre.
Na década de 1990, a Expoacre foi ganhando a forma como é hoje, se expandindo para um evento de entretenimento, com os anúncios dos primeiros shows nacionais, que davam o que falar na cidade.

Relíquias da Expoacre
Além dos banners, o museu da Expoacre resgata a história do evento por meio de objetos guardados com muito carinho e cuidado pela população do estado, que os emprestou ao governo para a exposição.
Vestimentas de época das rainhas dos rodeios, fotografias antigas, premiações e até vídeos documentários ajudam a criar esse túnel do tempo da maior feira de negócios e entretenimento do estado.

“São relíquias históricas emprestadas por quem passou por esse evento e deixou seu nome. Todo mundo aqui na cidade tem uma história para contar na Expoacre. E esse museu também é sobre isso”, encerra Aguiar.