O policial penal Raimundo Nonato Veloso Maia teve o julgamento marcado para os dias 17 e 18 de setembro na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco. Ele é acusado de matar Wesley Santos da Silva, de 20 anos, durante a última noite da Expoacre 2023, realizada em agosto do ano passado.
Além do homicídio, Raimundo Nonato responde por tentativa de feminicídio e importunação sexual contra Rita de Cássia da Silva Lopes, namorada da vítima.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Acre (MP-AC), na madrugada do dia 7 de agosto de 2023, por volta das 3h50min, ele teria efetuado disparos contra Wesley por motivo fútil, e também tentado matar Rita e praticado importunação sexual momentos antes do crime.
O processo já passou por duas audiências de instrução, nos dias 3 de abril e 5 de junho de 2025, e, após o encerramento das oitivas e do interrogatório do réu, a 1ª Vara do Tribunal do Júri pronunciou Raimundo Nonato a júri popular, mantendo sua prisão preventiva.
Em abril deste ano, a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) negou pedido de liberdade da defesa. O advogado Wellington Frank Silva dos Santos alegava constrangimento ilegal na manutenção da prisão e pedia a substituição por medidas cautelares, citando residência fixa, bons antecedentes e a condição de pai de uma criança em situação de vulnerabilidade. A Justiça, no entanto, destacou que a prisão preventiva havia sido decretada de forma colegiada e que não havia ilegalidade a ser revista.
Ao portal A GAZETA nesta sexta-feira, 22, o advogado reiterou a tese de legítima defesa. Segundo ele, Raimundo Nonato foi agredido várias vezes dentro e fora do evento, inclusive na presença de policiais militares, e só recorreu à arma de fogo para se proteger e proteger familiares.
“Infelizmente, nessa ação de se defender, uma pessoa acabou tendo a vida ceifada. A ação dele foi justificada diante da violência sofrida por ele e por seu tio, em um ambiente de lazer, onde havia diversas pessoas agindo com violência gratuita. Ele agiu apenas para neutralizar essa agressão”, afirmou Silva, ressaltando que o réu nunca praticou importunação sexual.