Um levantamento da organização da sociedade civil de interesse público Trata Brasil, que utiliza como base os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SINISA), apontou que Rio Branco foi o município com menor nível de investimentos em saneamento básico por habitante nos últimos cinco anos. O valor registrado foi de apenas R$ 8,10 por pessoa, colocando a capital acreana na última posição entre os 100 municípios avaliados.
O estudo considera tanto os investimentos realizados por prestadores de serviços de saneamento quanto os recursos aplicados por estados e municípios. De acordo com o relatório, a média nacional entre os municípios analisados foi de R$ 132,71 por habitante, com destaque para Praia Grande (SP), que liderou o ranking ao investir R$ 616,34 per capita.
Perdas na distribuição
Além do baixo investimento, Rio Branco também aparece entre os municípios com pior desempenho em perdas na distribuição de água. Segundo o levantamento, a capital acreana ocupa a 96ª posição, com índice de 56,06%, ou seja, mais da metade da água tratada é desperdiçada antes de chegar às residências.
Os dados mostram que, dos 100 municípios avaliados, 32 registraram perdas inferiores a 30% na distribuição. Apenas dois apresentaram índices acima de 60%. O destaque positivo ficou com Suzano (SP), que, apesar de registrar 95% de perdas no faturamento, teve somente 0,88% de perdas na distribuição, o melhor desempenho entre todos os analisados.
O levantamento também aponta que outras capitais da Região Norte enfrentam desafios semelhantes. Macapá (AP), Belém (PA) e Porto Velho (RO) estão entre os dez piores colocados em perdas na distribuição e também figuram nas últimas posições do ranking geral de saneamento.
Meta nacional distante
A defasagem de investimentos em Rio Branco é ainda mais preocupante quando comparada à meta estabelecida pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), que considera R$ 223,82 por habitante como valor necessário para garantir avanços satisfatórios na área.
Apesar do baixo indicador, os especialistas destacam que a nota final no ranking não depende apenas do investimento per capita, mas também da situação de universalização do abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, além do controle de perdas no sistema.