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Sérgio Souto celebra 45 anos de carreira e reafirma identidade acreana na música

Cantor e compositor de Sena Madureira fala sobre parcerias, memórias e a necessidade de valorizar a cultura do Acre.

Anne Nascimento por Anne Nascimento
24/08/2025 - 14:00
Foto: Anne Nascimento

Foto: Anne Nascimento

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Se o Acre cantasse, certamente, teria a voz de Sérgio Souto. De Sena Madureira, o cantor e compositor logo mostrou ao estado – inclusive, após encantar o Brasil – que canta como quem acabou de tomar um banho de rio, ou como quem saiu há pouco de uma trilha na floresta. São canções de memórias, resistências e amores, daqueles que só consegue sentir quando se há, juntamente, a sensação de pertencimento.

A GAZETA conversou com o artista, que, em 2025, comemora nada menos que 45 anos de trabalho, cruzando rios à remo e violão. Bem-humorado, ele revisitou a própria memória com a franqueza de quem sabe que envelhecer é um presente. “Saí de Sena e vim para Rio Branco aos nove anos; aos quinze, fui para o Rio de Janeiro e, por lá, me urbanizei, virei um ‘urbanóide’, perdi um pouco do contato com a floresta”, admitiu, acrescentando logo em seguida que a volta às origens veio com um nome grandioso: Aldir Blanc.

“O Aldir fez comigo uma canção em homenagem ao Chico Mendes, chamada Senhor da Floresta. Uma canção belíssima que foi gravada, mas não ‘aconteceu’. Ao todo, foram 14 composições em parceria com ele. O Aldir, inclusive, fez até um samba com o [bloco carnavalesco acreano] Urubu Cheiroso”, explicou.

Ainda na conversa, Souto fala sobre outro parceiro nas músicas: Paulo César Pinheiro, com quem compões uma das canções que classifica como “mais acreanas que existem”. “A letra é dele, a melodia é minha. Ela fala assim: “Eu nasci numa terra que por todo o caminho. Só tem rio bonito, tem muito peixe, tem passarinho. Ainda tem mata virgem, ainda tem sangue índio. É de lá, mana, da Amazônia acreana que estou vindo”. É uma música linda”, diz.

Sérgio Souto celebra 45 anos de carreira e reafirma identidade acreana na música
Foto: Anne Nascimento

O fado que o levou ao Brasil

O destino – que tem a tendência de ser um mestre da surpresa –  tratou de colocar Sérgio Souto no meio dos grandes. Recém-saído de um festival, ainda com cheiro de fotografia no corpo — sua primeira paixão, que inclusive chegou a exercer, tendo um estúdio em casa —, o acreano foi parar em São Paulo, disputando palco com Caetano Veloso, Fagner e Alceu Valença.

Cantou um fado, O Navegante, e ganhou não o troféu, mas um futuro. “Larguei a fotografia para investir na música. Foi uma escolha perfeita. Acho que sempre estive no lugar certo, na hora certa, com a pessoa certa. Quando resolvi gravar o meu primeiro disco, tinha acabado de ganhar um festival e, logo em seguida, parti para outro. Dois meses depois, eu estava na TV Tupi, em São Paulo, depois, no Parque de Exposições do Anhebi, uma casa imensa, para multidões, com o Caetano Veloso, Fagner, Alceu Valença, essa turma toda”, conta, como quem fala de um conhecido querido – ou até melhor, como quem reconhece que é tão grande quanto os colegas de palco.

Sérgio Souto participou de tantos festivais que não consegue nem precisar a quantidade. Destes, ganhou ao menos dez, mais uma vez, sem conseguir precisar a quantidade e com uma humildade que apenas grandes pessoas conseguem ter. Dali, viriam sucessos que atravessaram novelas e programas de TV, como Minha Aldeia e Falsa Alegria, canções que deram ao Brasil inteiro o sotaque acreano. “Eu não imaginava que conseguiria”, admite.

Sergio afirma que as músicas, simplesmente, vem. “Com os amigos, sempre rolava um papo e, às vezes, de um bom papo, nasce um samba, uma frase linda. Eu sempre tiro bom proveito disso: acordo de madrugada, com uma frase na cabeça, e escrevo. Depois, durmo de novo. A melodia é mais complicada. Eu dormia com um gravador do lado, mas agora, uso o telefone”.

De volta à [nossa] terra

De volta ao Acre, após uma temporada de três anos em Vitória, no Espírito Santo, Sérgio trouxe a bagagem de quem conheceu mares e multidões, mas, ao fixar morada, sentiu o peso de não ser mais a novidade. “Um amigo chegou a me chamar de decadente”, lembra, rindo. “Mas a velhice é um presente. Eu me sinto feliz”.

E, embora feliz, Souto se mostra inquieto, fazendo projetos – muito embora acredite que, no Acre, os projetos não andam ao seu lado. “Parece que gostavam mais quando eu estava fora”, enfatiza, sabendo que a música acreana deveria ser mais ouvida, sentida e vivida.

Em Rio Branco, vive uma vida tranquila, rodeada de plantas, redes e boa música. “Gosto de cuidar do jardim, fico por aqui. É um lugar bacana”, enfatiza.

45 anos

No último dia 15, Sérgio Souto celebrou, no Afa Jardim, os 45 anos de contribuição à música e à cultura acreana. O evento reuniu presenças ilustres, com artistas como as Moças do Samba, Lina Grasiela, Lidianne Cabral, Camille Castro e Rogério Rock.

Com as canções mais célebres, Souto reviveu, mais uma vez, as curvas do Rio Acre, os amores não correspondidos e as falsas alegrias. “Convidei os dois representantes das fundações de cultura, infelizmente, nenhum deles foi. Acaba que fico um pouco triste pelo fato de não terem ido reviver os momentos não meus, mas do Acre”.

Além disso, Souto esclarece que há a necessidade de investimento, justamente, nas artes: “O que leva o nome de um estado, a sua cultura, a sua nobreza, são os artistas, não políticos. Todas as artes, cinema, música, dança, artes plásticas… Isto é o tempero, os saberes, a riqueza de um povo, e devem ser valorizados”.

Sérgio Souto celebra 45 anos de carreira e reafirma identidade acreana na música
Foto: Anne Nascimento

O acreano que o Acre precisa ouvir

Entre risos e confidências, Sérgio deixa escapar uma frase que resume tudo: “O acreano precisa ser mais acreano”. Ele, que se diz “acreaníssimo”, acredita que só assim a música e a identidade local vão ganhar a força que merecem. “Aqui tem muita gente boa, precisamos despolitizar a cultura, e é brabo isso. Porque algumas pessoas estão trabalhando com um projeto político, e isso é grave, porque a cultura fica aquilo que chamo de “cultura de fundo de quintal”, muito embora, em fundos de quintais, possam nascer ótimas canções”. Ao ser questionado se acreditava que o acreano “tinha jeito”, Sérgio é enfático: “Tem, basta despolitizar”, diz.

E há muitos que acreditam e acreditaram em Sérgio. Joãozinho Gomes, poeta e compositor do Pará, acredita que “o canto do Sérgio Souto pela floresta é o espírito do pássaro que a protege, do mal que a devasta”. O grande parceiro, Amaral Maia, já falava: “Em meio as seringueiras e castanheiras, nasceu um pé de Sérgio, cujos frutos são canções de suculentas melodia e doce rima. Ah! se as raízes do Sergiral se espalhassem pelos quintais dos Brasis”.

O letrista Sérgio Natureza também apoia o xará: “Um Sérgio e um Souto se juntaram na ponte aérea Rio Branco – Rio de Janeiro e resolveram pilotar juntos uma naviola e um aparelho vocal conjugados – daí surgiram revoadas de nuvens coradas, manhãs mateiras, noites espumadas (de mar e chopp), estrelas pingentes no breu… e, de repente, lá estava eu, somando na parceirada. Já se vão anos… algumas canções ficarão, outras baterão em retirada, mas de um tudo certamente restará o pólem da flor cantada, e o fruto de alguma coisa, que por pequena que seja, primaverá renovada”.

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Enquanto prepara a próxima viagem — Rio de Janeiro, para visitar o filho, Brasília, depois Lisboa —, o cantor segue plantando. Plantando canções, memórias, árvores. O homem que trocou a fotografia pela música não parou de revelar imagens. Só que agora as ampliações são outras: um Brasil que aprendeu a se reconhecer também no sotaque do Acre.

 

 

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