O vereador André Kamai, do PT, usou a tribuna da Câmara de Rio Branco, na manhã desta quarta-feira, 13, para pedir o afastamento “urgente” do presidente da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans), Clendes Vilas Boas, acusado por uma ex-servidora de assédio moral e eleitoral.
Para o parlamentar, o afastamento é importante para que o acusado não atrapalhe o vindouro processo de investigação. “Não estou fazendo condenação prévia. Se ele for inocentado, volta. Mas não podemos aceitar que o superintendente siga no cargo durante esse processo”.
Além dele, o vereador Leôncio Castro (PSDB), vice-presidente da mesa e aliado do prefeito Tião Bocalom (PL), defendeu que Clendes saia do cargo por 30 dias para que outras possíveis vítimas se sintam à vontade para reforçar as denúncias feitas pela blogueira Marília Rodrigues.
Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, a vereadora Elzinha Mendonça (Progressistas) informou que irá encaminhar um ofício ao Ministério Público do Acre (MPAC) pedindo imediata apuração das informações que vieram à tona nesta semana.
Os pedidos de afastamento foram ecoados ainda por Eber Machado (MDB), um dos principais nomes de oposição ao prefeito.
A blogueira Marília Rodrigues denuncia o presidente da RBTrans por perseguição, ameaças de demissão, redução de salário sem justificativa e excesso de serviços. Ela afirma que a suposta violência moral se deu porque não apoiou o candidato de Clendes à Câmara de Vereadores em 2024, João Marcos Luz (PL), que disputou a reeleição e perdeu.
Superintendente nega acusações
Ainda nesta terça-feira, 12, após as denúncias virem à tona, o superintendente da RBTrans publicou uma nota repudiando as acusações apresentadas por vereadores e classificou as alegações como “levianas, irresponsáveis e desprovidas de qualquer prova ou fundamento” e disse estar pronto para responder a qualquer questionamento das autoridades competentes.
Segundo Clendes, a divulgação pública de uma denúncia anônima, sem provas, é uma tentativa de manchar sua imagem. Ele destacou que exigirá a apresentação de evidências e que acionará judicialmente os responsáveis pela divulgação do que considera uma falsa acusação.
“Não temo a verdade. Estou pronto para responder a qualquer questionamento das autoridades competentes. Tornar pública uma denúncia anônima, sem qualquer lastro probatório, é tentativa clara e frustrada de assassinato de reputação”, afirmou.