Antes de embarcar na Crisálida, os futuros colonizadores precisariam passar por um treinamento especial de 70 a 80 anos em isolamento na Antártida. Essa preparação serviria para garantir que eles estivessem psicológica e fisicamente prontos para viver em um ambiente fechado e isolado durante toda a viagem. Para ajudar no bem-estar, a nave teria gravidade artificial gerada por sua própria rotação constante.

Espaçonave “boneca russa”: vários setores dentro uns dos outros

Com 58 quilômetros de comprimento, o veículo seria construído como uma Matrioska – aquela famosa boneca russa que abriga uma dentro da outra, com várias camadas protegendo um núcleo central. De acordo com um resumo do projeto, cada camada teria funções específicas: áreas de moradia, fazendas para produção de alimentos, espaços de lazer, escolas, hospitais, bibliotecas e depósitos. A energia viria de reatores de fusão nuclear, tecnologia ainda em desenvolvimento, e robôs cuidariam das tarefas mais pesadas no nível externo.

No núcleo, haveria os ônibus espaciais que transportariam as pessoas até a superfície do planeta destino. Também ficariam ali os equipamentos de comunicação para manter o contato entre gerações e controlar o funcionamento da nave durante a longa jornada.

A produção de alimentos seria feita em ambientes controlados, com plantas, fungos, insetos, animais e até florestas simuladas para preservar a biodiversidade. O planejamento do crescimento populacional seria rígido para manter cerca de 1.500 pessoas vivas e saudáveis a bordo, menos que a capacidade máxima da nave.

Colonização de outro planeta uniria IA e humanidade na governança

A governança da Crisálida combinaria a Inteligência Artificial com o comando humano, garantindo o funcionamento do sistema social, a passagem de conhecimento entre gerações e a resolução de conflitos, tornando a comunidade mais resiliente.

Embora seja apenas teórico (algumas tecnologias necessárias nem existem), o projeto abre caminhos para pensar em missões espaciais futuras. Vencedora do Project Hyperion Design Competition, um desafio para criar naves multigeracionais, a proposta ganhou US$5 mil por sua inovação e detalhamento.

Simbolizando a união entre ciência e esperança, a Crisálida carregaria o futuro da humanidade rumo ao desconhecido: como a realização do sonho de sobreviver e recomeçar, guiado pela coragem e pela fé no infinito.