Vê, a receita é meio simples. Se dormir direito, tomar água, comer frutas, legumes e verduras (não esquece de dar uma olhada na coisa das proteínas também, tá?), fizer exercício umas 3 vezes por semana, andar um pouquinho por dia, pensar um tanto antes de sair repetindo, manter os amigos por perto, ler e adubar os amores, a chance de alguma coisa sair errado dá uma diminuída, não dá não? Não tô garantindo nada pra ninguém, calma, tô pensando em diminuir as chances de alguma coisa dar muito errado, certo?
É simples. Mas simples não quer dizer fácil. Porque tem essa coisa aí da proteína, e o ideal, ideal mesmo é que as frutas, os legumes e as verduras sejam orgânicos. Depois, essa andada não é um pouquinho não. São 30 minutos por dia, todo dia, ou uma hora 3 vezes por semana – o que não substitui aquela musculação que citei antes da caminhada. Se for correr, a responsabilidade pelo ligamento do joelho é sua, tenho nada a ver com isso. Fora que uma meditaçãozinha e uma análise também te fariam bem. E não esqueça de pagar o condomínio, o plano de saúde e as reservas pra aposentadoria. Não falei de protetor solar porque esse aí é básico 1, faz bem uns 20 anos que o Bial te avisou. Hemograma, mamografia, se for o caso e colonoscopia pra todo mundo depois dos 45. É o caso pra você também, acredite sem medo porque, inclusive, a anestesia é uma delícia.
Isso pensando em quem está bem nutrido, trabalhando, com um telhado em cima da cabeça e sem nenhuma outra questão maior a ser resolvida. O que, se fizer a conta, não é tanta gente assim. Envelhecer com saúde dá um trabalhinho, galera. Tô aqui tentando fazer graça, mas vê, o real é que tem que contar consigo. Mesmo, mesmo. Pode até reclamar, mas vai ter que dar uma melhorada por aí se quiser seguir bem.
Fora tudo isso, e talvez mais importante ainda, tem que seguir desejando. Seja lá o que for. Tem que botar o olho pra frente, querer futuro sabe? Pensando nisso toda hora. Ainda mais desde sábado que fui ver “O último azul” no cinema. Vocês viram? Vão ver, galera. Que filme lindo. Passei o fim de semana todinho cantando “Rosa dos ventos”, a música da cena final. Quando Bethânia diz “e a multidão vendo atônita, ainda que tarde, o seu despertar”, juro que sinto mais vontade de viver. Bora, que a chama não tem pavio. Boa semana pra gente.