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Influenciadora de 16 anos é aprovada em Medicina e viraliza com redação sobre si mesma; mensalidade é de R$ 16 mil

Professores avaliam a validade de redigir dissertação argumentativa em 1ª pessoa. Entenda se técnica usada por Júlia Pimentel é mesmo permitida em processos seletivos.

A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
04/09/2025 - 16:09
Júlia Pimentel foi aprovada em medicina na Idomed — Foto: Divulgação

Júlia Pimentel foi aprovada em medicina na Idomed — Foto: Divulgação

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Aos 16 anos e com mais de 3 milhões de seguidores no TikTok, a influenciadora Júlia Pimentel optou por apagar o vídeo em que descrevia sua mais recente conquista: ela foi aprovada em Medicina no Instituto de Educação Médica (Idomed), faculdade privada do Rio de Janeiro cuja mensalidade é de R$ 16.253,00. Agora, tenta buscar uma alternativa para ingressar no curso mesmo estando no 2º ano do ensino médio.

A jovem havia mostrado a redação que escreveu no processo seletivo. Nos comentários, usuários da rede social debocharam: “Para, gente, ela achou que era legenda para foto do Instagram”; “Você usou o ChatGPT Free ou pago?; “A redação inteira em primeira pessoa kkkkkkk inacreditável”; “Faltou começar com ‘Querido Diário’”.

O tema proposto no vestibular on-line da Idomed era: “Qual marca da sua personalidade ninguém roubará de você? Por quê?”. Segundo as orientações da prova, o candidato deveria escrever um texto dissertativo-argumentativo, seguindo a norma culta da língua portuguesa.

Influenciadora de 16 anos é aprovada em Medicina e viraliza com redação sobre si mesma; mensalidade é de R$ 16 mil
Redação da Idomed no vestibular on-line — Foto: Reprodução

“A identidade de cada indivíduo é formada por experiências, valores e sentimentos que, ao longo do tempo, moldam sua maneira de agir no mundo. Em uma sociedade na qual muitas vezes somos pressionados a seguir padrões, preservar uma característica própria é essencial para garantir a autenticidade. Nesse sentido, a marca da minha personalidade que ninguém poderá roubar de mim é a determinação.

Desde situações do dia a dia até desafios maiores, a determinação sempre esteve presente em minhas escolhas. Ela me impulsiona a continuar tentando, mesmo quando as circunstâncias parecem desfavoráveis. Por exemplo, ao enfrentar dificuldades nos estudos, é essa característica que me motiva a buscar novas estratégias de aprendizado, em vez de desistir. Assim, minha perseverança não depende apenas de fatores externos, mas de uma força interna que se renova diante de cada obstáculo.”

“Falaram que eu fiz [o texto] sobre mim mesma. Sim, e eu amei isso. Consegui desenvolver a ideia muito bem. E estou superfeliz de ter feito jovens, mesmo que zoando, estarem falando de redação na internet”, diz Júlia ao g1. “Amo influenciar as pessoas.”
A reportagem ouviu quatro professores de língua portuguesa para entender se realmente é um problema escrever uma dissertação em 1ª pessoa — e se o tema da redação proposto pela universidade foi muito simplista, como apontaram críticos nas redes sociais.

O tema foi muito simples?

Há duas discussões diferentes circundando este tópico. Uma é sobre a facilidade de ser aprovado em faculdades de medicina privadas e caras, porque:

  • A concorrência da Idomed (cerca de 5 candidatos por vaga) não vai se equiparar, evidentemente, à de uma instituição pública (o vestibular da Unicamp, por exemplo, teve mais de 265 por vaga em 2025).
  • Uma nota como a de Júlia (30/70 na prova objetiva e 29/30 na redação) dificilmente garantiria uma vaga em universidades mais concorridas. Na lista de aprovados, uma candidata que ficou em 24º lugar, por exemplo, acertou 16 de 70 perguntas.

“O vestibular, com certeza, é um nível mais fácil. Mas não é simplesmente isso, assim, pagou, passou. Seria meu sonho, né? Se fosse, seria muito mais fácil. Mas você tem que passar por uma seleção”, diz Júlia.
O segundo aspecto, que é o foco desta reportagem, é a análise da redação que a influenciadora apresentou. Veja abaixo.

Foi um erro usar a 1ª pessoa do singular?
“Temos gêneros textuais diferentes em várias universidades, mas as pessoas acham que só existe o modelo do Enem, que é uma receita de bolo sem nenhuma autonomia para o candidato criar”, explica Margarete Xavier, professora de língua portuguesa do Sistema de Ensino Fibonacci (SP). “Nesse caso da Idomed, a proposta era escrever uma dissertação argumentativa subjetiva.”

Ela diz que os candidatos teriam de “argumentar e convencer o outro de que têm determinada característica”.

“Só a 1ª pessoa [ou seja, o uso do ‘eu’] daria conta deste tema”, afirma.
Daniela Toffoli, professora de redação do Curso Anglo (SP), concorda que a abordagem teria mesmo de ser subjetiva, como Júlia fez. Mas, na visão da docente, a prova deveria ter definido o gênero como carta de apresentação, e não “dissertação argumentativa”.

“É um tópico de subjetividade extrema. Não há nenhuma problemática social ou econômica, e sim uma reflexão pessoal. Não estamos falando de abstração no sentido de filosofia ou sociologia, e sim de questão individual. Parece contraditório escolher dissertação.”

Júlia diz que estava preparada para qualquer formato de redação. “Sou uma excelente aluna. Se eles me dessem [um tema] para desenvolver no modelo Enem, em terceira pessoa, também teria conseguido.”

O tema era necessariamente fácil?
Thiago Braga, gestor da área de Linguagens do Colégio pH (RJ), diz que o nível de complexidade de um tema de redação não é necessariamente a prioridade de um processo seletivo.

“Muitas vezes, a redação de uma prova focaliza em observar somente a capacidade de os estudantes organizarem ideias e argumentos em forma de texto, além do respeito à norma padrão da língua”, diz.

“Um tema por si, simples ou complexo, e nesse caso concordo que seja simples, não é capaz de ser um definidor absoluto das habilidades e competências de um aluno para cursar uma faculdade.”
Marina Rocha, professora do Colégio e Curso AZ (RJ), acrescenta que “o que muitos chamam de ‘simples demais’, na verdade, é resultado de uma abordagem direta, com perguntas claras: ‘qual característica não pode ser roubada de você e por quê?’”.

“Não dá para se basear no padrão do Enem, que exige, por exemplo, referências socioculturais. E um texto com repertório não necessariamente é mais aprofundado do que um sem — basta pensar em todos os candidatos que memorizam repertórios-coringa para dissertação.”

A Idomed, que reúne escolas de Medicina da Estácio, FAMEAC, FAMEJIPA, FAPAN e UniFacid, diz que “o tema da redação é elaborado com o objetivo de avaliar a capacidade de interpretação, argumentação, pensamento crítico e clareza de expressão do candidato”.

“Um tema mais acessível permite que todos os candidatos tenham condições iguais de desenvolver ideias, e o diferencial aparece na profundidade da análise, na organização da argumentação e na qualidade da escrita”, afirma, em nota.
“Dessa forma, o vestibular evita privilegiar quem tem repertórios muito específicos e procura verificar habilidades essenciais para a vida acadêmica e profissional, como raciocínio lógico, empatia, ética e clareza de comunicação.”

O texto de Júlia está bem escrito?

Marina Rocha ressalta que a redação da influenciadora organiza duas ideias diferentes para cada parágrafo do desenvolvimento: a escolha da “determinação” como característica e, em seguida, o motivo pelo qual ela não pode ser roubada.

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“Ao fazer isso, é eliminada a possibilidade de ser realizada uma argumentação que gira em torno de uma ideia única – algo muito comum em textos que não sejam modelo Enem”, explica. “A redação elaborada pela candidata é um grande exemplo de objetividade e de organização.”

Ela usou ChatGPT?
Nas redes, diversos usuários afirmaram que, como o vestibular era on-line e remoto, Júlia teria escrito sua redação a partir de ferramentas de inteligência artificial.

A Idomed diz que “o vestibular de Medicina no formato on-line foi implementado durante a pandemia e se consolidou como uma prática que amplia a inclusão, permitindo a participação de candidatos de diversas regiões do país”. A instituição também garante que há critérios rígidos de segurança, com ambiente monitorado por webcam e acompanhado ao vivo por um fiscal, tanto pela imagem quanto pelo som.

“Usamos sistemas de inteligência artificial, que registram e analisam comportamentos suspeitos, como ausência da câmera ou tentativa de comunicação externa. Além disso, é vedado o uso de qualquer dispositivo eletrônico, aplicativos ou recursos de apoio”, afirma.

No caso da redação, a Idomed diz que submete todos os textos a ferramentas de detecção de plágio.

Júlia também nega ter usado a IA para escrever sua dissertação. “Fiquei muito feliz quando falaram que minha redação tinha sido do ChatGPT, porque [significa que] não tem nenhum defeito e que as palavras estão superbonitinhas”, diz.

“Usei muitas palavras que até o próprio ChatGPT me indicou antes, durante os meus estudos, assim como as dicas dos meus professores da escola e dos vídeos do YouTube. Usei palavras mais sofisticadas, vamos dizer assim. Então, acho que dá essa impressão mesmo [de ser IA], sabe? Mas, assim, zero.”

Íntegra do texto
Abaixo, leia a redação de Júlia:

A identidade de cada indivíduo é formada por experiências, valores e sentimentos que, ao longo do tempo, moldam sua maneira de agir no mundo. Em uma sociedade na qual muitas vezes somos pressionados a seguir padrões, preservar uma característica própria é essencial para garantir a autenticidade. Nesse sentido, a marca da minha personalidade que ninguém poderá roubar de mim é a determinação.

Desde situações do dia a dia até desafios maiores, a determinação sempre esteve presente em minhas escolhas. Ela me impulsiona a continuar tentando, mesmo quando as circunstâncias parecem desfavoráveis. Por exemplo, ao enfrentar dificuldades nos estudos, é essa característica que me motiva a buscar novas estratégias de aprendizado, em vez de desistir. Assim, minha perseverança não depende apenas de fatores externos, mas de uma força interna que se renova diante de cada obstáculo.

Além disso, a determinação contribui para a construção de objetivos futuros. Pessoas determinadas tendem a transformar sonhos em metas concretas, agindo com disciplina e paciência. Isso significa que, mesmo em meio às adversidades, a essência dessa característica não pode ser roubada, pois está ligada à forma como cada indivíduo enxerga e reage à vida. Em um mundo em que nem sempre controlamos as situações, manter a capacidade de insistir é uma marca de autonomia e resistência.

Portanto, a determinação representa a parte mais sólida da minha identidade. Ela não se perde com o tempo nem se deixa apagar pela opinião dos outros. É essa marca que me guia, fortalece minhas escolhas e assegura que eu permaneça fiel a quem realmente sou.

 

Por: G1

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