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CNU 2025: vale a pena chutar? Sistema de correção é diferente do Enem e não penaliza erros

CNU 2025: vale a pena chutar? Sistema de correção é diferente do Enem e não penaliza erros

Foto: Reprodução

Ao contrário do que acontece em algumas provas, no Concurso Nacional Unificado (CNU) o “chute” não é desencorajado. O sistema de correção da Fundação Getulio Vargas (FGV), organizadora do exame, não penaliza o candidato que recorrer a essa estratégia.

“A FGV é uma banca que não pune o candidato por errar, e isso ajuda bastante. O aluno pode se sentir livre para chutar quando não souber a resposta, sem medo de perder pontos. Por isso, sempre recomendo que comecem pelas questões mais simples, que exigem menos esforço mental”, explica Eduardo Cambuy, professor da Gran Concursos.

As provas objetivas da segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) acontecem neste domingo (5), em 228 cidades do país. Nesta edição, os candidatos concorrem a 3.652 vagas distribuídas em 32 órgãos do governo federal.

No Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio, a correção utiliza a Teoria de Resposta ao Item (TRI), que procura identificar “chutes” e valorizar quem de fato se preparou para a prova.

Na TRI, quem acerta as questões mais difíceis, mas erra as fáceis, acaba recebendo uma nota menor do que o candidato que manteve coerência, acertando as básicas e errando apenas as mais complexas.

O Cebraspe, banca tradicional de concursos, também adota um sistema para desestimular os “chutes”. No chamado “método Cespe”, não há alternativas. O candidato responde apenas “certo” ou “errado”, e cada erro anula um acerto.

No CNU, nada disso se aplica: o participante não perde pontos ao errar uma questão nem tem nota reduzida caso acerte “no chute”. Por isso, especialistas em concursos recomendam que o candidato responda a todas as questões, mesmo quando não souber a alternativa correta.

A seguir, algumas dicas para “chutar” de maneira mais estratégica.

Técnicas para aumentar as chances de acerto no chute

“Leia a questão e, se não souber, siga para a próxima”, orienta o professor Bruno Bezerra, do Estratégia Concursos. “Assim o candidato evita se atrapalhar e acabar chutando no fim perguntas que poderia responder sem dificuldade.”

Depois de responder às questões que sabe, o candidato pode, se houver tempo, revisar as demais para tentar acertar — e, só então, recorrer ao “chute”.

Eduardo Cambuy sugere que, antes de chutar, o candidato analise as respostas em que tem mais segurança para perceber eventuais padrões de proporcionalidade.

“Se eu tenho 10 questões de português e tenho certeza em cinco, e nelas marquei as alternativas A, B e C, nas demais prefiro chutar D e E”, exemplifica.

Cuidado com respostas muito parecidas.
Segundo Cambuy, a prova pode trazer alternativas quase idênticas, apenas escritas de modo diferente. Nesses casos, dificilmente são corretas, pois haveria mais de uma resposta certa para a mesma questão.

Ele exemplifica: “Se a questão perguntasse a cor do céu e as alternativas fossem ‘preto’ e ‘escuro’, uma excluiria a outra. Como são muito próximas, nenhuma seria correta. Assim, já é possível eliminar duas opções.”

“As opções podem conter termos que ampliam ou restringem demais, como ‘só’, ‘apenas’ ou ‘exclusivamente’. Normalmente, quando isso ocorre, a alternativa é falsa”, alerta o especialista Eduardo Cambuy.

“Leia a questão e, se não souber, siga para a próxima”, orienta o professor Bruno Bezerra, do Estratégia Concursos. “Assim o candidato evita se atrapalhar e acabar chutando no fim perguntas que poderia responder sem dificuldade.”

Depois de responder às questões que sabe, o candidato pode, se houver tempo, revisar as demais para tentar acertar — e, só então, recorrer ao “chute”.

Eduardo Cambuy sugere que, antes de chutar, o candidato analise as respostas em que tem mais segurança para perceber eventuais padrões de proporcionalidade.

“Se eu tenho 10 questões de português e tenho certeza em cinco, e nelas marquei as alternativas A, B e C, nas demais prefiro chutar D e E”, exemplifica.

Segundo Cambuy, a prova pode trazer alternativas quase idênticas, apenas escritas de modo diferente. Nesses casos, dificilmente são corretas, pois haveria mais de uma resposta certa para a mesma questão.

Ele exemplifica: “Se a questão perguntasse a cor do céu e as alternativas fossem ‘preto’ e ‘escuro’, uma excluiria a outra. Como são muito próximas, nenhuma seria correta. Assim, já é possível eliminar duas opções.”

“As opções podem conter termos que ampliam ou restringem demais, como ‘só’, ‘apenas’ ou ‘exclusivamente’. Normalmente, quando isso ocorre, a alternativa é falsa”, alerta o especialista Eduardo Cambuy.

Outra dica do professor é buscar correlações entre os assuntos abordados na prova, numa tentativa de deduzir a resposta correta.

“Se o candidato tiver dúvida em uma questão, pode tentar lembrar como o tema aparece em outra disciplina que domina. Por exemplo: ‘Se no orçamento público funciona assim, na política pública deve ser semelhante’”, orienta Cambuy.

“Muitas vezes, os temas das questões estão conectados. Assim, a resposta de uma pode estar na seguinte ou trazer uma explicação que ajude a resolver a anterior”, acrescenta.

Como serão as provas?
A prova objetiva será aplicada em 5 de outubro de 2025. Ela será composta por uma parte com questões comuns a todos os candidatos (como língua portuguesa, raciocínio lógico e atualidades) e outra com perguntas específicas, conforme o bloco temático escolhido.

A prova discursiva será aplicada em 7 de dezembro de 2025, exclusivamente para os candidatos aprovados na primeira fase. O conteúdo e o formato da redação variarão de acordo com a área de atuação.

Prova objetiva

A prova objetiva será de múltipla escolha, com cinco alternativas e apenas uma correta. A quantidade de questões varia conforme o nível do cargo:

Prova discursiva

Na etapa discursiva, os candidatos deverão elaborar textos conforme o nível de escolaridade exigido para o cargo:

O tempo de prova também é diferente:

Em todos os casos, os portões serão fechados às 12h30 (horário de Brasília), trinta minutos antes do início.

Para evitar imprevistos, o MGI recomenda que candidatos e candidatas se organizem para chegar com antecedência ao local da prova.

Vagas, órgãos participantes e distribuição por cidades
Diferentemente da edição anterior, que contou com oito editais, um para cada bloco temático, o processo seletivo será regido por um único edital. O documento traz informações detalhadas sobre as vagas, salários, conteúdo programático das provas, critérios de classificação e composição das notas finais.

Nesta edição, os cargos estão distribuídos em nove blocos temáticos, que agrupam as vagas por áreas de atuação semelhantes. São eles:

Esse formato permite que o candidato concorra a várias vagas dentro de um mesmo bloco, com apenas uma inscrição.

Embora a maior parte das vagas esteja concentrada em órgãos com sede em Brasília (DF), também há postos disponíveis em diversos estados do país.

Salários
Os salários iniciais no CNU 2025 variam de R$ 4 mil a R$ 16 mil, dependendo do cargo e do nível de escolaridade exigido.

Política de cotas
A nova edição estabelece regras mais rigorosas para assegurar a reserva de vagas destinadas a pessoas negras, indígenas, com deficiência e a candidatos quilombolas.

De acordo com o governo, a iniciativa reforça o compromisso com a promoção da equidade no acesso ao serviço público federal.

Com isso, a distribuição das cotas ficou definida da seguinte maneira:

Nos casos em que o número de vagas é inferior ao mínimo exigido para aplicação das cotas, o MGI realizou um sorteio para definir a reserva proporcional, conforme previsto na norma.

Reserva de vagas para mulheres na 2ª fase
Outro ponto de destaque é a adoção de uma ação afirmativa inédita voltada às mulheres: caso o percentual de candidatas classificadas para a segunda fase do concurso seja inferior a 50%, será feita uma equiparação para promover maior equilíbrio de gênero nessa etapa.

“Não é uma reserva de vaga para mulheres, como é o caso de pessoas negras, com deficiência, indígenas e quilombolas. Mas vamos fazer uma equiparação do percentual de mulheres que passam da primeira para a segunda etapa”, diz a ministra da Gestão, Esther Dweck.

Na primeira edição do CNU, aproximadamente 63% dos aprovados eram homens e 37% mulheres. Esse resultado foi o oposto da proporção entre os inscritos confirmados, composta por 56% de mulheres e 44% de homens.

Confira o cronograma oficial

Por: G1 Trabalho & Carreira 

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