O ex-sargento da Polícia Militar (PM) do Acre, Erisson de Melo Nery, foi condenado na noite desta terça-feira, 23, a nove anos e três meses de prisão por tentar matar o estudante de Medicina Flávio Endres Ferreira. O crime ocorreu em 2021, em Epitaciolândia, no interior do estado, durante confusão em um bar.
A sentença veio após júri popular, conduzido pela Vara do Tribunal do Júri da Comarca da capital, a partir de denúncia do Ministério Público do Acre (MPAC). Nery respondeu por tentativa de homicídio qualificado, porte ilegal de arma e lesão corporal grave.
Preso há quase dois anos por conta do caso, ele cumprirá o restante da pena em regime semiaberto.
Na noite do crime, imagens que circularam nas redes sociais mostraram o momento em que o estudante foi agredido no bar pela sargento Alda Nery, esposa do ex-militar. Após ser retirado pelos seguranças, Flávio foi alcançado do lado de fora por Erisson, que o derrubou no chão e efetuou os disparos.
A vítima foi atingida por pelo menos quatro tiros, passou por cirurgia no abdômen e ficou com sequelas em uma das mãos.
Nery afirmou, na época, que reagiu reagiu a uma suposta importunação sexual contra outra companheira sua, Darlene Oliveira. No entanto, os vídeos analisados pela polícia contradizem a versão.
Histórico de violência
Conhecido por manter um relacionamento a três que ganhou repercussão nacional, o ex-sargento já havia sido condenado, em 2023, pela morte de um adolescente de 13 anos, ocorrida em 2017, no Conjunto Canaã, em Rio Branco.
A Justiça entendeu que ele teria alterado a cena do crime para simular legítima defesa, após disparar seis vezes contra o jovem que tentava furtar sua casa.
A condenação, contudo, foi anulada neste ano pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, que apontou uso de provas irregulares e acolheu recurso da defesa. O Ministério Público recorreu da decisão e pediu o aumento da pena para até 11 anos em regime fechado, além da prisão imediata do réu.