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Alunos da Ufac protestam na Câmara por melhorias no transporte coletivo

Alunos da Ufac protestam na Câmara por melhorias no transporte coletivo

Foto: André Gonzaga

O Movimento Sem Parar, formado por estudantes da Universidade Federal do Acre (Ufac), ocupou na manhã desta quarta-feira, 17, a galeria da Câmara de Vereadores para exigir mudanças urgentes no transporte público da capital. Com cartazes e palavras de ordem como “a nossa luta unificou, é estudante junto com trabalhador” e “nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu? Aqui está presente o movimento estudantil”, os manifestantes denunciaram o sucateamento da frota e a ausência de políticas de mobilidade urbana.

A principal crítica do grupo é a insuficiência de ônibus para atender à comunidade acadêmica, especialmente nos cursos noturnos. Cristina dos Santos, presidente do Centro Acadêmico de Pedagogia, afirmou que os veículos operam com atrasos constantes, quebram com frequência e, muitas vezes, sequer aparecem. “Isso impede que a gente chegue à universidade. Quem sai do trabalho e vai direto pra aula não consegue estudar. É um direito que está sendo negado”, disse.

Segundo Cristina, a empresa responsável pelas linhas que atendem à Ufac, não supre a demanda e falha em garantir segurança aos estudantes. “Temos três linhas, mas nenhuma resolve. Às vezes o ônibus das 22h45 nem passa, e as meninas ficam esperando sozinhas, correndo perigo”, afirmou.

Alunos da Ufac protestam na Câmara por melhorias no transporte coletivo
Foto: André Gonzaga

Raissa Tojal, vice-presidente do Centro Acadêmico de Licenciatura em História, reforçou a denúncia sobre a precariedade da frota. Para ela, o serviço oferecido não condiz com o valor da passagem. “Os ônibus estão velhos, mal cuidados, e a gente se sente abandonada. Precisamos de transporte acessível e com qualidade”, declarou.

Além das críticas ao poder público, o Movimento Sem Parar também apontou a omissão do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Leonardo Maia, militante do grupo, afirmou que a entidade tem se ausentado das lutas estudantis e atua de forma alinhada à base do prefeito. “O DCE silencia as demandas dos alunos. Teve uma reunião com a RBTrans e disseram que o serviço é ruim porque a tarifa é barata. Isso não faz sentido. Se o subsídio precisa aumentar, que aumente, mas o transporte tem que funcionar”, disse.

Leonardo também questionou a transparência do DCE, que afirmou ter entregue um documento à Câmara, embora não haja confirmação de recebimento. “Por isso a gente se organiza por conta própria, conversa com os colegas e vem pra rua lutar. O movimento estudantil não pode ser só para foto em rede social”, completou.

Levando em consideração o acordo da semana anterior, o projeto de subsídio ao transporte público deve ser votado na quinta, 18. Segundo informação de bastidores, o texto está na Procuradoria Legislativa e ainda não passou pelas comissões da Casa.

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