Por muito tempo, a pressão de 12 por 8 foi considerada o limite do normal. Agora, com a nova diretriz, esse valor passa a ser classificado como pré-hipertensão, exigindo atenção médica.
Mas isso não significa que quem tem pressão 12 por 8 vai precisar começar a tomar remédio para controle da pressão.
Rogerio Petrassi, médico cardiologista do Hospital Beneficência Portuguesa, explica que, nesses casos, ainda não é necessário iniciar nenhum tipo de tratamento medicamentoso, mas é fundamental adotar algumas medidas de prevenção.
“É importante estabilizar os fatores de risco que possam contribuir para o desenvolvimento da hipertensão arterial”, alerta Petrassi.
A nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, divulgada na quinta-feira (18), indica que, nesses casos, o indicado são as medidas não medicamentosas (MNM).
- Não fumar
- Adotar uma dieta saudável
- Controlar o peso corporal
- Fazer atividade física regularmente
- Ingerir pouca ou nenhuma bebida alcoólica
- Realizar práticas de controle do estresse
Apesar de já serem indicadas para o público geral, elas se tornam ainda mais importantes para quem já está em um quadro considerado de pré-hipertensão.
Nesta reportagem, você entende, de forma mais detalhada, o que a diretriz estabelece como principais mudanças no estilo de vida para quem precisa controlar a pressão.
Perda de peso e atividade física
Os especialistas detalham no documento que a hipertensão arterial está fortemente relacionada ao sobrepeso e à obesidade.
“Mesmo sem alcançar o peso corporal desejável, a perda de peso reduz a pressão arterial e o risco cardiovascular proporcionalmente à duração da perda de peso”, afirmam os especialistas.
Assim, o controle do peso corporal é uma medida essencial para pacientes já hipertensos ou com quadros de pré-hipertensão.
A manutenção do peso depende da “adoção de hábitos saudáveis, complementados por condutas medicamentosas e cirúrgicas, quando necessárias”, pontua a diretriz.
Nesse contexto, outra recomendação é fundamental: a prática de exercícios físicos.
“A prática de atividade física […] reduz em até 19% a incidência de hipertensão arterial e, nos pacientes com hipertensão, diminui em cerca de 30% o risco de mortalidade”, alerta o documento.
Os benefícios acontecem tanto com os treinamentos aeróbicos como com exercícios de resistência.
Mudanças na dieta
Outro ponto fundamental para a redução do risco de desenvolvimento de hipertensão são as mudanças na dieta.
Para quem precisa fazer o controle da pressão, a recomendação é adotar o padrão alimentar conhecido como DASH (sigla em inglês para Dietary Approaches to Stop Hypertension).
A dieta DASH prioriza o consumo de:
- Frutas
- Hortaliças
- Laticínios com baixo teor de gordura
- Cereais integrais
- Carnes magras
- Frutas oleaginosas
Ela restringe o consumo de:
- Gorduras saturadas
- Carnes gordurosas
- Grãos refinados
- Açúcar de adição
É rica em potássio, cálcio, magnésio e fibras, contendo quantidades reduzidas de sódio, colesterol, gordura total e saturada.
O documento destaca, especificamente, as vantagens do aumento do consumo de potássio.
“Como dietas ricas em potássio refletem um padrão alimentar saudável, elas são a forma recomendada para aumentar a ingestão desse mineral”, afirmam os especialistas.
Outra recomendação importante é a redução no consumo de sódio. A restrição na ingestão de sal promove uma diminuição proporcional da pressão arterial.
Controle do estresse
Por fim, os especialistas alertam que o estresse mental também está associado a um maior risco de desenvolvimento de hipertensão.
Nesse sentido, recomenda-se medidas para redução do estresse, ainda que apresentem menor certeza de evidência em relação às demais intervenções de mudanças no estilo de vida.
Entre as práticas que podem ser adotadas estão:
- Meditação
- Respiração lenta e guiada
“A boa saúde deve ser sempre uma meta das pessoas, seja com alimentação saudável, prática de exercícios físicos, higiene do sono ou cuidado com a saúde mental”, defende Petrassi.
Por: G1 Saúde