O cálculo renal, mais conhecido como “pedra nos rins”, é uma formação endurecida, composta por minerais e sais, que se desenvolve dentro do rim. Esse órgão funciona como um filtro para as impurezas no nosso organismo. Por isso, quando há um excesso de sais e minerais, eles se cristalizam, com os cristais eventualmente se agregando e formando as pedras. Cerca de 15% dos brasileiros são afetados por esse problema.
A maioria dos cálculos se forma logo abaixo da superfície interna do órgão. A pedra vai crescendo lentamente até que fica tão pesada que se desprende dentro do rim. Uma vez livre para se mover, ela pode permanecer no rim ou tentar descer pelo ureter (o conduto que permite o escoamento da urina para a bexiga).
O tempo de formação das pedras varia de pessoa para pessoa. Um cálculo pode se formar em alguns meses demorar meses. Mas, dependendo das condições do paciente, essa formação também pode acontecer em algumas semanas. Como regra geral, quanto mais fatores de risco estiverem envolvidos em um paciente específico, mais rapidamente os cálculos se formarão.
Os cálculos menores às vezes podem passar pelo trato urinário e passarem despercebidos, sem que seja sentido qualquer sintoma. Pedras maiores, no entanto, podem ficar presas no ureter, o que compromete as capacidades do rim. Isso pode causar dores e até mesmo sangramentos.
Existem quatro tipos de cálculos renais. Os cálculos de cálcio são os mais comuns, correspondendo a entre 70% e 80% dos casos. São causados pelo excesso de cálcio e oxalato, geralmente por causa de hábitos alimentares. Já os cálculos de estruvita podem se formar após uma infecção do trato urinário. Esses cálculos podem crescer rapidamente, às vezes com poucos sintomas.
Os cálculos de ácido úrico podem se formar em pessoas que perdem muito líquido devido a diarreia crônica ou má absorção, além de indivíduos que seguem uma dieta rica em proteínas ou que têm gota. Por fim, os cálculos de cistina se formam em pessoas com um distúrbio hereditário chamado cistinúria, que faz com que os rins excretem em excesso um aminoácido específico.
Os tratamentos variam bastante. Em muitos casos, os médicos preferem esperar que o paciente elimine naturalmente, receitando medicamentos para aliviar a dor e/ou para dilatar os canais do trato urinário, facilitando a passagem do cálculo. É comum que demore até 3 semanas para que a pedra seja expelida.
Dependendo o tamanho e localização da pedra, podem ser necessárias intervenções cirúrgicas, como a ureteroscopia. Nesse procedimento, um ureteroscópio (um tubo fino com uma câmara acoplada) é inserido pela uretra para localizar e recolher a pedra. Tudo depende da gravidade do caso.
Pessoas que estejam com sintomas de pedras nos rins devem procurar o médico.
Sintomas comuns de pedras nos rins:
- Dor lombar
- Ardência ao urinar
- Sangue na urina
- Vontade frequente de urinar
Fatores que favorecem a ocorrência de pedras nos rins:
- Predisposição genética
- Sexo masculino
- Ter entre 30 e 40 anos
- Infecções urinárias passadas
- Alterações anatômicas no trato urinário
- Consumo excessivo de medicações diuréticas
- Obstrução das vias urinárias
- Alimentação com excesso de sal e baixo consumo de água
- Aumento no nível de cálcio e ácido úrico na urina
- Redução de citrato na urina
Como prevenir pedras nos rins:
- Beber água e manter-se hidratado (recomenda-se 2 litros de água por dia)
- Exercitar-se regularmente
- Reduzir o consumo de sal e açúcar
- Evitar automedicação
- Controlar a pressão arterial, o colesterol e a taxa de glicose
- Ir às consultas médicas e realizar exames de rotina
- Realizar o exame de rastreamento periodicamente [dosagem de creatinina e urina tipo I
*Revista Galileu, com informações e recomendações da Sociedade Brasileira de Nefrologia.