Iniciada em 1º de setembro, às 4h30 da manhã, em Niterói (RJ), a expedição “Decifrando Fawcett” chegou, nesta segunda-feira, a Rio Branco, para uma etapa central de sua jornada. O documentarista Maurício Acklas se encontra na capital acreana com o historiador Marcos Vinicius Neves, uma das maiores referências do estado, para discutir temas fundamentais da identidade amazônica: a Guerra do Acre, a luta dos seringueiros e os enigmas dos geoglifos que marcam a paisagem regional.
A jornada, liderada por Acklas, vai percorrer mais de 30 mil quilômetros em sete países sul-americanos, revisitando sítios que ajudam a contar a formação das primeiras civilizações do continente. No Brasil, a equipe já esteve em Lagoa Santa (MG), onde foram encontrados os vestígios dos Povos de Luzia — os mais antigos das Américas —, no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (MG), conhecido pela arte rupestre milenar, no Vale do Catimbau (PE), considerado um dos maiores complexos arqueológicos do país, e em Cuiabá (MT), com visita ao Museu Rondon.
O fio condutor da expedição é a trajetória do coronel britânico Percy H. Fawcett, desaparecido na Amazônia em 1925 em busca da mítica “Cidade Z”. Seus relatos e diários, carregados de fascínio por uma civilização perdida no coração da selva, ecoaram durante décadas, inspirando não apenas expedições científicas, mas também a imaginação popular. Sua figura serviu de referência para George Lucas e Steven Spielberg criarem Indiana Jones, um dos personagens mais icônicos da cultura cinematográfica mundial.
Em Rio Branco, os geoglifos — imensas figuras geométricas gravadas no solo e visíveis apenas do alto — reforçam a importância do Acre no debate arqueológico contemporâneo. Ao lado de Marcos Vinicius Neves, Acklas também revisitará o impacto histórico da Guerra do Acre e a saga dos seringueiros, que marcaram de forma definitiva a história social e política da região.
“Nosso objetivo é investigar a fundo como se deu a formação das civilizações em nosso continente. Vamos a campo, com rigor e paixão, para revisitar os sítios mais enigmáticos da América do Sul e, quem sabe, lançar nova luz sobre mistérios ainda não decifrados”, afirma Acklas.
Sobre a Expedição Decifrando Fawcett
Idealizada pelo documentarista Maurício Acklas, a expedição vai percorrer mais de 30 mil quilômetros em sete países da América do Sul, revisitando sítios arqueológicos, históricos e culturais que ajudam a compreender a formação das primeiras civilizações do continente. Inspirada na trajetória do coronel britânico Percy H. Fawcett — desaparecido na Amazônia em 1925 em busca da lendária “Cidade Z” —, a jornada combina rigor científico, investigação histórica e narrativa documental. O projeto pretende lançar luz sobre enigmas milenares, conectando passado e presente para ampliar o debate sobre as origens da vida no continente.