A artesã Maria José de Menezes Araújo, 61 anos, será uma das representantes do Acre na Feira Nacional de Artesanato e Cultura (Fenacce), que ocorre entre os dias 9 e 14 de setembro em Fortaleza (CE). Esta é a segunda participação dela no evento, considerado um dos mais relevantes do setor no país.
Com apoio do governo do Acre, por meio da Secretaria de Turismo e Empreendedorismo (Sete), a artista foi selecionada via edital junto a outros profissionais do estado. Versátil, ela atua com pintura em camisetas e vidros, biojoias, pratos, copos, ímãs e chaveiros. As peças são comercializadas na loja Cor Amazônia, no Novo Mercado Velho, em Rio Branco.
“Comecei ainda na infância, mas me oficializei há cerca de 35 anos. Trabalhei sozinha por muito tempo, depois conheci a Coop Mav [Cooperativa de Artesãs Mulher Arte de Vencer] e passei a participar de feiras nacionais e internacionais, como no Peru. Foi uma experiência maravilhosa, que me trouxe aprendizado, renda e muita satisfação”, afirma.
Para esta edição da Fenacce, Maria José preparou um portfólio com pratos decorativos e biojoias, considerados os carros-chefes de sua produção. Ela também pretende desenvolver novas peças em algodão, voltadas à pintura em roupas. “É satisfatório participar dos eventos. Além de aprender mais e ganhar experiência, tem o lado financeiro, que traz renda”, diz.

A artesã vê na atividade não apenas uma fonte de sustento, mas também um espaço de bem-estar. “Quando estou pintando, esqueço do mundo. O artesanato desestressa, traz paz e tranquilidade. Não me identifico com outra coisa”, afirma.
Para a diretora de Empreendedorismo da Sete, Patrícia Parente, a presença de artesãos acreanos em feiras nacionais amplia a visibilidade do setor. “Estamos na sétima edição da Fenacce, uma feira de grande relevância nacional. A cada evento, o Acre ganha mais notoriedade. No ano passado, movimentamos mais de 1.115 peças e R$ 160 mil em vendas”, destaca.
O reconhecimento também vem de visitantes como o pesquisador Djackson Garcia, de Natal (RN), que esteve em Rio Branco e conheceu o trabalho de Maria José. “Achei que o artesanato daqui tem um pouco das técnicas indígenas, que em outros estados não vejo. Hoje estou levando um ímã de geladeira com uma casinha do Acre, mas depois volto para comprar mais”, disse.
Quem quiser conhecer o trabalho da artesã pode visitar a loja Cor Amazônia, onde ela atende aos sábados a partir de 12h, e durante a semana na hora do almoço e após as 17h. O perfil no Instagram é @cor.amazonia.
Apoio do PAB
O artesanato acreano também é fortalecido por meio do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), que oferece benefícios aos profissionais cadastrados. Segundo Patrícia Parente, o registro permite acesso a feiras, capacitações e inclusão formal no setor.
Para se inscrever, é necessário comparecer à Casa do Artesanato Acreano, na rua Senador Eduardo Assmar, 187, bairro 6 de Agosto, em frente ao Calçadão da Gameleira. Os interessados devem apresentar RG, CPF, comprovante de endereço, inscrição no PIS/Pasep (opcional) e uma peça artesanal ou foto em alta resolução. Após análise técnica, o cadastro é finalizado.
Fonte: Agência de Notícias do Acre