O Acre participou neste domingo, 7, da mobilização nacional “7 de Setembro do Povo – quem manda no Brasil é o povo brasileiro” por meio da 31ª edição do Grito dos Excluídos e das Excluídas, realizada no centro de Rio Branco. Organizado por pastorais sociais da Igreja Católica, movimentos populares e entidades sindicais, o ato reuniu cerca de 150 pessoas no Parque da Maternidade, em frente ao Terminal Urbano, e ocorreu paralelamente ao desfile cívico-militar na Rua Benjamin Constant.
Com o lema “A vida em primeiro lugar. Cuidar da casa comum e da democracia é luta de todo dia”, a manifestação abordou temas como justiça social, preservação da Amazônia, combate à fome e críticas à proposta de anistia para envolvidos na tentativa de golpe de 2022. Os participantes também defenderam mudanças na jornada de trabalho e maior participação popular nas decisões políticas.
“A casa comum seria o nosso Brasil. É sobre ter zelo pela nação e pela democracia, que precisa ser defendida todos os dias”, afirmou Kayke Mendonça, de 18 anos, do Movimento por uma Escola Popular (MEP), um dos organizadores do ato.

Coordenadora do Movimento Negro Unificado no Acre, Valéria Santana destacou a urgência da pauta ambiental. “Somos da Amazônia acreana e precisamos nos posicionar. A democracia precisa de participação popular, não de perdão para quem tentou sabotá-la”, disse.
Segundo ela, a organização contou com juventudes partidárias, frentes negras, movimentos religiosos e pessoas que se identificam com a luta social. “Foi uma construção coletiva, com base na diversidade e no compromisso com os direitos humanos”, afirmou.

A educadora Amanda Dornelis, de 29 anos, participou do protesto e questionou o sentido da data comemorada neste domingo “É uma independência formal, no papel. O Grito dos Excluídos mostra que muita gente continua à margem dessa suposta liberdade”, declarou.
Ela também defendeu o fim da escala 6×1, proposta pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), e criticou o modelo econômico vigente. “Queremos uma independência real, sem jornadas exaustivas e sem produzir riqueza só para os outros”, disse.

Criado em 1995, o Grito dos Excluídos tem origem na Campanha da Fraternidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e se consolidou como espaço de denúncia e mobilização popular.
*Com informações do G1/AC