John Müller Lisboa, um dos empresários que foram alvo da Operação Incepctio, que ocorreu em Rio Branco e em mais sete municípios de seis estados, era cargo comissionado do governo do Acre. Segundo o portal da transparência, o rapaz era lotado na Secretaria de Estado Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict).
O portal também fornece mais detalhes do salário de John. Ele ganhava uma CAS-5, o equivalente a R$ 6.634,01, em valores brutos, e 5.341,22, após os descontos como IRRF e INSS. O empresário será exonerado, conforme confirmou o secretário de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia, Assurbanípal Mesquita, por meio da assessoria de imprensa. A publicação deve sair no Diário Oficial do Estado (DOE) ainda nesta semana.
Relembre o caso
A Polícia Federal prendeu, nesta segunda-feira, 15, cinco empresários com atuação no Acre, acusados de integrar um esquema interestadual de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. As detenções ocorreram durante a Operação Inceptio, deflagrada em Rio Branco e que se estendeu a outros sete municípios em seis estados.
Entre os presos, estão os irmãos John Müller, Mayon Ricary e Marck Johnnes Lisboa, além de André Borges e Douglas Henrique da Cruz. O grupo é conhecido por organizar festas, gerir casas noturnas e atuar em setores como a construção civil e a produção artística.
Quem são os empresários investigados
- John Müller Lisboa: se apresenta nas redes como educador físico, jornalista e freelancer audiovisual. Seu nome aparece associado à organização de festas e eventos culturais no estado.
- Mayon Ricary Lisboa: engenheiro civil, atuava em orçamento, planejamento e execução de obras. De acordo com as investigações, teria auxiliado na estruturação de empresas usadas para movimentar recursos ilícitos.
- Marck Johnnes Lisboa: diretor da Inove Eventos, responsável por trazer grandes shows ao Acre, como os realizados na Villa Privilege e na Vitrinne Clubb. Foi preso em Porto Velho (RO), dias após sua empresa anunciar o show do DJ Alok em Rio Branco, previsto para 3 de outubro.
- Douglas Henrique da Cruz: ligado à Expoacre 2025 por meio de empresas como a Moon Club RB DHS da Cruz Sociedade LTDA. Preso em Rio Branco, é apontado como um dos operadores logísticos do esquema.
- André Borges: administrador e sócio de casas de eventos como a Maison Borges e o Vegas Poker Club. Preso na Bahia, teria atuado na movimentação financeira do grupo por meio de empresas de fachada.
O esquema
De acordo com a PF, o grupo é suspeito de enviar grandes carregamentos de drogas a partir do Acre para o Nordeste e o Sudeste. O dinheiro do tráfico circulava em contas bancárias, criptomoedas e empresas de fachada. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 130 milhões em contas bancárias e o sequestro de bens avaliados em R$ 10 milhões.
Defesa
Em nota, a defesa dos irmãos Lisboa e de Douglas Henrique informou que os clientes estão colaborando com as investigações e confia em uma apuração rigorosa e imparcial. Até o momento, os advogados de André Borges não se manifestaram.
Os cinco investigados responderão por tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A Operação Inceptio ainda tem desdobramentos em outros estados: Rondônia, Minas Gerais, Bahia, Paraíba e São Paulo.