Completando 125 anos de sua primeira publicação, o clássico “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, ganha uma releitura provocadora na peça “Eu Capitu”, que terá apresentações gratuitas neste fim de semana em Rio Branco. O espetáculo, que já circulou por várias cidades brasileiras, chega à capital acreana para dar voz às mulheres em um mundo muitas vezes narrado por homens.
A peça, com texto de Carla Faour e direção de Miwa Yanagizawa, propõe uma reflexão profunda sobre a violência de gênero e o silenciamento feminino. A trama acompanha Ana, uma adolescente que encontra em um mundo de fantasia a fuga para a realidade brutal do relacionamento abusivo de sua mãe. Sua prova final de literatura, baseada na obra de Machado de Assis, a faz enxergar semelhanças entre o livro e sua vida. É então que a personagem Capitu, misteriosa e enigmática, surge para Ana, dando à menina uma nova perspectiva da história.
Programação
As apresentações de “Eu Capitu” serão realizadas na Usina de Arte João Donato (R. das Acácias, 1155 – Distrito Industrial). A entrada é gratuita, e os ingressos podem ser retirados na bilheteria do local, uma hora antes de cada sessão.
• Sábado, 13 de setembro, às 19h: Sessão aberta ao público com recursos de audiodescrição (para pessoas com deficiência visual) e tradução em Libras (para pessoas com deficiência auditiva).
• Domingo, 14 de setembro, às 19h: Sessão aberta ao público com uma roda de conversa sobre o tema da peça ao final.
Classificação: 14 anos | Duração: 90 min
Um alerta contra o feminicídio
O espetáculo aborda questões urgentes, como o aumento nos casos de feminicídio. O Acre, por anos, esteve entre os estados com as maiores taxas de mortes de mulheres por questões de gênero. Em 2023, ocupou o 2º lugar no ranking nacional, com uma taxa de 2,4 feminicídios a cada 100 mil mulheres, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Apesar de um dado recente indicar uma queda na taxa de feminicídio no estado, a peça reforça a importância de discutir a violência contra a mulher. “Eu Capitu” une ficção e realidade, convidando a plateia a refletir e a tomar consciência de um problema social complexo, mas que precisa ser abordado. Como resume a diretora Miwa Yanagizawa, a peça busca “instigar o olhar da plateia, convidá-la a imaginar outras possibilidades narrativas, tomar consciência das coisas se valendo de mais de uma perspectiva”.
“Eu Capitu” foi aprovado na Seleção Petrobras Cultural e conta com recursos através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura. A peça já foi apresentada em Brasília, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte e São Luís, com lotação máxima, e depois de Rio Branco segue para Porto Velho, Salvador, Fortaleza e Manaus.
Ficha Técnica
Direção Artística: Miwa Yanagizawa / Texto: Carla Faour / Diretora Assistente: Maria Lucas / Idealização e Direção Geral: Felipe Valle / Direção de Produção: Bárbara Galvão (Pagu Produções Culturais) / Coordenação de Projeto: Trupe Produções Artísticas / Elenco: Juliana Trimer e Mika Makino / Direção Sonora, Trilha Original e Preparação Vocal: Azullllllll / Direção de Arte: Teresa Abreu / Iluminação: Ana Luzia Molinari de Simoni / Produção Executiva: Bem Medeiro / Produtora Assistente: Natalia Dias / Produção Local: Sacha Alencar / Assistente de Produção Local: Brenn Souza / Design Gráfico e Fotografia: Daniel Barboza / Assessoria de Imprensa: Maria Meirelles / Produtora Associada: Pagu Produções Culturais / Realização: Trupe Produções Artísticas / Patrocínio: Petrobras