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Ex-miss Mato Grosso é acusada de manter 20 homens em condição de trabalho análogo à escravidão

Empresária contratou trabalhadores para cortar e empilhar madeira; pai dela já foi investigado pelo mesmo crime

André Gonzaga por André Gonzaga
27/09/2025 - 15:36
Empresa que contratou trabalhadores está em nome de Taiany Zimpel, empresária e modelo (Foto: Reprodução/Facebook Taiany Zimpel)

Empresa que contratou trabalhadores está em nome de Taiany Zimpel, empresária e modelo (Foto: Reprodução/Facebook Taiany Zimpel)

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No dia 15 de setembro, 20 trabalhadores foram resgatados em condições de trabalho análogo à escravidão na fazenda Eliane Raquel e Quinhão, no município de Nova Maringá, em Mato Grosso (MT). Um deles é um adolescente de 17 anos. As vítimas foram contratadas pela empresa T.F. Zimpel, cuja atual proprietária, Taiany Franca Zimpel, tem uma carreira que se divide entre os negócios da família, no setor madeireiro, e os concursos de beleza. Em 2016, ela foi eleita Miss Mato Grosso e, em 2024, condecorada com o título de miss Mato Grosso Internacional.

No Facebook, entre as publicações típicas de uma carreirista do ramo da beleza – fotos ostentando drinks à beira da piscina, looks glamourosos e faixas de miss –, a modelo e empresária impulsiona o trabalho da família. Em uma publicação de fevereiro de 2025, ela procura um caminhão para transporte de madeira. Em outubro de 2024, outra publicação anunciava a venda de lenha nativa “de alta qualidade”.

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As condições de trabalho de quem realizava o serviço, no entanto, ficavam longe do alto padrão. Contratados para trabalhar no corte e empilhamento de madeira, os trabalhadores resgatados não tinham acesso às estruturas básicas para higiene e conforto, como água potável e banheiro. De acordo com informações fornecidas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), os homens dormiam em camas improvisadas, com colchões velhos e sujos sobre tábuas e toras. Um único barraco, feito de lona e madeira, abrigava 13 trabalhadores.

“Além disso, os empregadores não disponibilizavam equipamentos de proteção individual e coletiva para a execução dos serviços. Houve, ainda, relatos de intimidação por pessoas armadas e restrição da liberdade de locomoção”, informa o Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT-MT), que atuou no resgate junto do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), da Defensoria Pública da União (DPU) e da Polícia Federal (PF).

Os demais trabalhadores ficavam em outro barraco, sob as mesmas condições precárias: dormindo em redes, num ambiente sem ventilação, onde dividiam espaço com tambores de óleo e combustíveis.

Ex-miss Mato Grosso é acusada de manter 20 homens em condição de trabalho análogo à escravidão
Espaço que abrigava os trabalhadores (Foto: Divulgação/MPT-MT)

De acordo com o MPT, com base nas provas colhidas, ficou comprovada a responsabilidade da empresa T.F. Zimpel, que recrutou e manteve os trabalhadores em condições degradantes; e os proprietários da fazenda, que comercializam a madeira e se beneficiaram diretamente da exploração irregular.

Os responsáveis foram sancionados com multa por dano moral coletivo no valor de R$ 1 milhão, a ser destinado ao Projeto Ação Integrada – Mato Grosso (PAI/MT), que realiza ações de combate ao trabalho escravo.

Além disso, a empresa e os donos da propriedade rural firmaram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), por meio do qual se comprometem a cumprir uma série de obrigações, sob pena de multa no caso de serem constatadas novas violações de direitos. Ainda de acordo com o MPT, os acusados terão de pagar verbas salariais e rescisórias no valor total de R$ 418 mil.

Ex-miss Mato Grosso é acusada de manter 20 homens em condição de trabalho análogo à escravidão
Sem banheiro, trabalhadores tomavam banho em rio (Foto: Divulgação/MPT-MT)

Negócios de família

O caso dos 20 trabalhadores resgatados não é o único relacionado à família Zimpel. Em setembro de 2024, um homem ingressou na justiça com uma reclamação trabalhista e ação de danos morais contra a empresa T.F. Zimpel, que naquela época estava em nome de Elton Renato Hollenbach Zimpel, pai de Taiany.

Entre as denúncias, estão acúmulo de função e falta de pagamento, além de condições precárias de alojamento.

De acordo com informações presentes no processo, a vítima dormia em um barraco de lona. “Não havia sanitários na frente de trabalho, sendo o Reclamante […] obrigado a fazer suas necessidades fisiológicas no mato, e também não havia abrigo para aquecimento e realização de refeições, sendo tudo feito embaixo um barraco de lona, conforme fotos abaixo e provas em anexo”, informa o documento.

Assim como no caso registrado em 15 de setembro, a vítima não tinha acesso a água potável. Outro ponto em comum entre as duas histórias é o lugar onde a exploração aconteceu: a fazenda Eliane Raquel e Quinhão, em nome de Luciano Daroit.

Elton é um reincidente neste tipo de crime. Em 2004, ele foi fiscalizado pelo grupo móvel do MTE, numa ação que resultou no resgate de 13 trabalhadores em condições degradantes e indenizações trabalhistas no valor de R$ 25 mil à época. De acordo com arquivos da Comissão Pastoral da Terra (CPT), os trabalhadores eram empregados no setor da sojicultura, na fazenda Santa Germana, em Nova Ubiratã (MT), a cerca de 300 quilômetros de Nova Maringá.

O caso está registrado na edição número 15 do Observatório Social em Revista, de 2009, que denuncia crimes e infrações socioambientais, com o tema Quem se beneficia com a devastação da Amazônia.

A publicação destaca ainda uma infração ambiental relacionada a Elton que, em outubro de 2004, obteve recursos do Finame Agrícola – programa para a aquisição de máquinas e equipamentos do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). “Em parceria com familiares de Nova Ubiratã, ele adquiriu três colheitadeiras avaliadas em R$ 1,4 milhão. No ano seguinte, foi multado por desmatar floresta nativa na fazenda Vó Ruth e, em 2006, sofreu nova autuação por destruir área de preservação. A área de 1,4 mil hectares foi embargada pelo Ibama [Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis]”. No caso mais recente, Elton se apresentou como representante da empresa que, atualmente, está no nome da filha.

O jornal entrou em contato com a família Zimpel e com Luciano Daroit, mas não teve retorno até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

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