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Governo Lula estuda a volta do horário de verão ainda em 2025

Governo Lula estuda a volta do horário de verão ainda em 2025

Foto: Mohamed Abd El Ghany/Reuters

O governo federal estuda a possibilidade de retomar o horário de verão a partir de 2025. O Ministério de Minas e Energia (MME) informou que o tema é permanentemente avaliado e que a análise atual busca considerar os resultados de estudos prospectivos sobre o pico de demanda de energia, especialmente em relação ao comportamento das usinas solares e fotovoltaicas.

De acordo com a pasta, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) segue acompanhando a situação e fornecendo informações para subsidiar a decisão.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) também discute o tema. Em nota, o órgão destacou que apresentou ao CMSE um conjunto de medidas preventivas para mitigar possíveis deficits de potência no período seco. Entre as recomendações, está a adoção do horário de verão.

O ONS ressaltou, no entanto, que a medida não é imprescindível para a segurança energética em 2025, e que a definição cabe ao governo, com base também em manifestações de setores afetados.

Necessidade do horário de verão

Suspenso em 2019, o horário de verão havia sido aplicado de forma intermitente desde 1931. A medida foi interrompida após estudos apontarem redução na eficácia, uma vez que a economia com iluminação artificial perdeu relevância diante do aumento do uso de aparelhos de refrigeração.

Segundo a professora da faculdade Estácio Brasília e mestre em engenharia civil Sâmya Gomes Veloso, novos fatores têm recolocado o tema em discussão. Ela lembra que, em 2024, o ONS apresentou estudo apontando que o horário de verão ajuda a reduzir a demanda máxima no início da noite, entre as 18h e as 20h, quando há queda na geração solar.

Entenda o horário de verão:

  • A ação muda temporariamente os relógios, adiantando uma hora em relação ao horário oficial
  • Normalmente aplicado entre outubro e fevereiro
  • O objetivo inicial é aproveitar melhor a luz natural do dia
  • Também promete reduzir o uso de energia elétrica, especialmente com iluminação artificial
  • Na prática, as pessoas acordam e iniciam suas atividades com o sol mais alto
  • O período de maior consumo de energia (fim da tarde e início da noite) é deslocado, reduzindo picos de demanda
  • Os benefícios esperados são a diminuição da pressão sobre o sistema elétrico
  • Maior equilíbrio na oferta e demanda de energia no horário de pico

Contexto no Brasil

  • No passado, funcionava porque a iluminação representava boa parte do consumo
  • Atualmente, o uso de ar-condicionado, ventiladores e aquecedores pesa mais no consumo, reduzindo o impacto da medida
  • O horário de verão foi suspenso em 2019, após estudos mostrarem baixa eficácia
  • O tema voltou a ser debatido diante da pressão crescente no sistema elétrico e das mudanças climáticas

Por Correio Braziliense

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