A jornalista acreana Adrielle Farias, que atualmente atua no Terra, foi a única brasileira selecionada para a Bolsa de Reportagem CCMP da COP30, que acontece em novembro, em Belém (PA). Ela se junta a outros 11 repórteres de diferentes países em uma imersão internacional que inclui treinamento especializado e cobertura direta das negociações climáticas mais importantes do planeta.
A GAZETA conversou com Adrielle, que comemorou a conquista como a realização de um sonho. “Eu competi com quase 480 jornalistas do mundo inteiro. Só de passar para a segunda fase, eu já me senti vencedora. Quando recebi a confirmação de que tinha sido escolhida, fiquei em choque. Li o e-mail várias vezes até acreditar”, contou.
Nos últimos dez meses, a jornalista tem se dedicado com intensidade à cobertura ambiental, construindo um portfólio de pautas sobre crise hídrica, desmatamento e aquecimento global. “Nunca pensei em ser jornalista ambiental, mas fui me encontrando nas pautas, porque eu tenho propriedade. Cresci vendo de perto o impacto das queimadas e das secas, principalmente no Acre. Hoje percebo que posso contribuir contando essas histórias”, destacou.

O programa CCMP (Climate Change Media Partnership) já apoiou mais de 500 jornalistas desde 2007, oferecendo formação e estrutura para que profissionais de países de baixa e média renda possam acompanhar de perto as COPs. Neste ano, a seleção foi ainda mais concorrida devido ao fato de a conferência acontecer pela primeira vez na Amazônia.
Para Adrielle, a bolsa será também uma oportunidade de trocar experiências com colegas do mundo inteiro. “Essa formação com jornalistas internacionais vai ser essencial para moldar o tipo de profissional que quero ser. Acredito que a gente nunca para de aprender. Eu vou para Belém com o coração aberto, pronta para absorver e também compartilhar”, disse.
Durante o programa, cada bolsista deverá publicar reportagens semanais, que no caso de Adrielle serão veiculadas pelo portal Terra, onde atua como repórter. A jornalista antecipa que pretende seguir no caminho do jornalismo ambiental depois da conferência. “É um sonho realizado estar na primeira COP da Amazônia e da minha vida como jornalista. Quero usar essa experiência para continuar dando visibilidade às vozes e às urgências da nossa região”, concluiu.