Em um mercado marcado pela instabilidade econômica e pelo avanço da informalidade, a maior parte dos empresários de Rio Branco vê a proatividade e a flexibilidade como diferenciais indispensáveis para quem busca uma vaga. Pelo menos, esta é a conclusão da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre e do Instituto Data Control (Fecomércio-AC), após uma pesquisa realizada no último dia 27 de agosto com 110 empresas de Rio Branco: para 61,8% dos entrevistados, estas são as características principais que uma pessoa desempregada deve se atentar ao ir atrás de algum emprego.
A qualificação profissional aparece em segundo lugar, com 18,2% das menções, seguida pela criação de oportunidades que mostrem preparo (12,7%). Outras alternativas, como investir em soluções para driblar a crise (6,4%) ou em conhecimento específico (0,9%), foram menos citadas.
O levantamento ainda revela que 80% dos empresários dizem sentir os efeitos da inflação e dos juros altos, fatores que pressionam os negócios locais. Além disso, 71,8% acreditam que a informalidade cresce em Rio Branco, confirmando uma tendência observada em todo o país.
Na hora da contratação, 50% das empresas não exigem grau mínimo de escolaridade, embora 43,6% solicitem ensino médio. Quanto ao perfil dos candidatos, 70,9% afirmam não ter preferência de gênero, mas 41,8% consideram a idade até 29 anos como fator de avaliação. O principal motivo de desligamento apontado foi a demissão espontânea (65,5%), sinalizando rotatividade voluntária entre trabalhadores.
Apesar das dificuldades, há sinais de otimismo: 86,4% das empresas têm planos de crescimento para o semestre e 36,4% acreditam que o mercado de trabalho vai crescer, contra 30,9% que projetam retração e 30% que esperam estabilidade.
A pesquisa foi realizada no dia 27 de agosto de 2025, com 110 entrevistas em empresas de diferentes segmentos, como vestuário (29%), acessórios (18,7%), calçados e bolsas (14%) e cosméticos (9,3%).