A tradicional referência de pressão “normal” — o famoso 12 por 8 — mudou de status e agora passa a ser considerada pré-hipertensão. A alteração nas diretrizes tem chamado a atenção de especialistas e preocupa a população, que durante anos teve esse número como sinônimo de saúde. A GAZETA conversou com o cardiologista e clínico Odilson Silvestre para tirar maiores dúvidas sobre o assunto.
Segundo Odilson, a mudança tem um motivo claro: “Valores acima de 12 por 8 já estão associados a problemas no futuro, como pressão alta, AVC, infarto e insuficiência cardíaca. Por isso, a nova classificação é uma forma de alertar para a necessidade de cuidados mais cedo”, explica.
O especialista ressalta que o diagnóstico de pré-hipertensão não significa iniciar remédios imediatamente, mas sim vigilância e mudança de hábitos. “Quem está entre 12 e 14 deve ficar atento, adotar um estilo de vida mais saudável e fazer acompanhamento médico”, explica.
Quando procurar ajuda
O cardiologista orienta que, a partir dos 25 anos, todos façam acompanhamento clínico anual e aferição regular da pressão. Para quem já entrou na faixa da pré-hipertensão, o ideal é medir a pressão a cada seis meses. “Se houver sinais de infarto, AVC, dor forte no peito ou alterações nos rins, a busca por atendimento deve ser imediata, pois a hipertensão pode já ter causado lesão em órgãos vitais”, destaca.
Em casos de jovens sem comorbidades, a pré-hipertensão não implica uso de medicamentos. Porém, pacientes com pressão acima de 13 por 8 e fatores de risco associados podem precisar de tratamento medicamentoso.
Silvestre reforça que a dieta DASH — rica em frutas, verduras, grãos, peixes, laticínios, leguminosas e oleaginosas — e a redução do sal são essenciais para controlar os níveis de pressão. Além disso, recomenda pelo menos 150 minutos de atividade física por semana. “Exercícios aeróbicos e de força, combinados, ajudam a baixar a pressão de forma significativa”, orienta.