A cesta básica alimentar em Rio Branco fechou agosto custando R$ 578,29, segundo levantamento da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan). O valor representa uma queda de 1,56% em relação a julho, mas ainda obriga o trabalhador que recebe um salário mínimo (R$ 1.518) a dedicar 83 horas e 48 minutos de jornada apenas para garantir o básico da alimentação no mês.
Entre os 14 produtos pesquisados, nove tiveram redução de preço. O destaque foi o tomate, com queda de 8,91%, seguido pelo frango (-5,08%), a farinha de mandioca (-2,93%) e o arroz (-2,60%). Café, carne bovina e açúcar também registraram baixas.
Mesmo assim, alguns itens subiram e puxaram a média. A banana ficou 6,01% mais cara, o leite avançou 2,68% e o óleo de cozinha, 1,19%. Na prática, só para garantir os 6 quilos de pão francês previstos na cesta, o trabalhador precisou dedicar mais de 12 horas de serviço.
Limpeza doméstica pesa mais
A cesta de produtos de limpeza doméstica custou R$ 84,15 em agosto, uma alta de 0,96% em relação ao mês anterior. Para comprá-la, o trabalhador teve de gastar 12 horas e 11 minutos de sua jornada mensal.
O maior aumento foi da cera para assoalho, que disparou 5,27%, seguida pelo sabão em barra (+2,22%) e o sabão em pó (+2,02%). Apenas a esponja de aço (-4,95%) e o inseticida (-2,09%) ficaram mais baratos.
Higiene pessoal também sobe
Na cesta de higiene pessoal, todos os cinco itens registraram alta. O valor total chegou a R$ 25,76, alta de 1,49% sobre julho. Para garantir sabonete, papel higiênico, creme dental, absorvente e barbeador descartável, o trabalhador precisou de 3 horas e 44 minutos de trabalho.
O item que mais encareceu foi o creme dental (+2,47%), seguido do barbeador descartável (+2,46%) e do absorvente feminino (+1,75%).
Quase metade do salário vai para o básico
Somando os três grupos — alimentação, limpeza e higiene pessoal —, o trabalhador teve de comprometer 99 horas e 44 minutos de trabalho, o equivalente a 49% do salário líquido (já descontada a Previdência).
Para uma família padrão, composta por dois adultos e três crianças, o custo mensal das três cestas chegou a R$ 2.408,71, valor que corresponde a 1,59 salários mínimos.
Ou seja: mesmo com o alívio pontual da queda nos alimentos, o acréscimo em produtos de limpeza e higiene mostra que o orçamento das famílias segue apertado, e quase metade da renda continua comprometida apenas com a sobrevivência.