Alunos do curso técnico em Redes de Computadores do Instituto Federal do Acre (Ifac), campus Rio Branco, participaram de uma aula de Física diferente na última semana. Com o uso de óculos de realidade virtual, eles visualizaram e interagiram com simulações em três dimensões sobre quantidade de movimento e colisões elásticas e inelásticas – temas que costumam gerar dúvidas nas salas de aula.
A atividade integra o projeto “Ensinando Física com VR”, vinculado à linha de pesquisa Informática na Educação, do Grupo de Informática para Pesquisa em Computação, certificado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A iniciativa é coordenada pelo professor Flávio Miranda de Farias, com apoio do docente de Física Erlande D’Ávila do Nascimento e do aluno voluntário Luís Gustavo Fernandes da Silva, do curso superior em Sistemas para Internet.
A proposta da iniciava é desenvolver e testar uma ferramenta didática baseada em realidade virtual para facilitar a aprendizagem de conteúdos complexos. “A imersão proporcionada pela VR pode mudar completamente a forma como os estudantes compreendem os conceitos científicos”, afirmou Farias.
A metodologia envolveu aulas teóricas seguidas de prática com dez capacetes Oculus Quest 3 no laboratório IFMaker, espaço voltado à inovação tecnológica. Após a experiência, os alunos preencheram um formulário digital avaliando clareza, utilidade e satisfação com o recurso.

Para o professor Erlande D’Ávila, os primeiros resultados são animadores. “A tecnologia ajudou os alunos a entender melhor os conteúdos e aumentou o interesse pela disciplina. Houve mais participação e retenção do que nas aulas convencionais”, disse.
O projeto também se destaca pela integração entre áreas como Física, Informática e Educação, que gerou o desenvolvimento de um protótipo funcional do simulador, com potencial de uso em outras turmas e instituições.
O aluno Luís Gustavo, responsável pelo desenvolvimento da ferramenta, celebrou a oportunidade. “Foi gratificante criar algo que pode facilitar o aprendizado de outros estudantes. Saber que nosso trabalho pode tornar a Física mais acessível me deixa muito feliz”, comentou.
Além de melhorar o desempenho em sala de aula, a iniciativa deve gerar um artigo científico para apresentação em congressos da área. Segundo os responsáveis, o projeto contribui para o avanço da tecnologia educacional e pode servir de modelo para outras experiências com realidade virtual no país.
“Esse projeto é mais do que uma pesquisa. É uma janela para o futuro da educação, onde tecnologia e conhecimento caminham juntos para transformar a forma de ensinar e aprender”, avalia D’Ávila.
*Com informações do Ifac