A Venezuela iniciou neste sábado, 27, um simulado nacional de proteção civil com o objetivo de preparar a população diante de catástrofes naturais e cenários de conflito armado. O anúncio foi feito pelo presidente Nicolás Maduro, que convocou autoridades civis, militares, bombeiros e demais organismos estatais a participarem do exercício em todas as 24 regiões do país.
O mandatário ressaltou que a “união popular, militar e policial” é essencial para que o país possa responder a qualquer eventualidade. Segundo Maduro, o exercício também observa os recentes eventos sísmicos que afetaram partes do território venezuelano entre a noite de 24 e a madrugada de 25 de setembro.
Segundo a Fundação Venezuelana de Investigações Sismológicas (Funvisis) foram registrados 21 abalos secundários (réplicas) e 10 sismos, incluindo um de magnitude 6.0.
Não há, até o momento, registro de vítimas fatais, mas foram relatados danos estruturais menores e pânico entre moradores. Em Zulia, por exemplo, pessoas relataram rachaduras em edifícios, quedas de objetos e interrupções de energia em determinadas regiões.
Durante o treinamento deste sábado, o ministro do Interior e Justiça da Venezuela, Diosdado Cabello, enfatizou a importância de treinar os cidadãos em todas as situações para que tenham capacidade de resposta a qualquer evento.
“Devemos estar preparados, alertas e vigilantes. A prevenção é a primeira tarefa”, afirmou.
Ameaças dos EUA e denúncia na ONU
O treinamento ocorre em meio a ameaças dos Estados Unidos, com o envio de navios militares ao Caribe sob o pretexto de combate ao narcotráfico. Ante a agressão, Maduro já mencionou a necessidade de estar preparado para intervenções externas.
No último dia 13 de setembro, após realizar uma jornada de alistamento massivo da população para a Milícia Nacional Bolivariana, o país iniciou o treinamento dos novos alistados nos quartéis e unidades militares distribuídas pelo território nacional.
A organização formada em 2009 é composta por civis e militares aposentados em seus quadros e compõe uma das cinco Forças Armadas da Venezuela.
As ameaças do governo estadunidense de Donald Trump foram denunciadas na 80ª Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU) pelo ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, durante discurso em Nova Iorque nesta sexta-feira (26).
“Hoje, a invasão tem como alvo a Venezuela. Eles inventam mentiras em que ninguém acredita para justificar uma ameaça militar multimilionária, uma ameaça atroz, extravagante e imoral”, disse Gil.
O ministro também agradeceu o apoio da comunidade internacional, em especial aos países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e do Brics, bloco de países do Sul Global presidido atualmente pelo Brasil.
“Somos gratos ao público mundial por denunciar esta tentativa de levar a guerra ao Caribe para promover uma mudança de regime que lhes permitirá roubar a incalculável riqueza de petróleo e gás da Venezuela”, enfatizou o ministro.
*Fonte: Brasil de Fato (BdF)