Um episódio envolvendo um policial militar e um gari chamou a atenção de pedestres e comerciantes na manhã desta terça-feira, 9, por volta das 9h, na Rua Rui Barbosa, no Centro de Rio Branco. A ocorrência, registrada ao lado da antiga sede da Polícia Federal, terminou com a detenção do servidor público José Wellington, que acusa o 2º sargento PM, identificado como R. Santos, de agressão física e abuso de autoridade.
Segundo Wellington, uma motociclista foi surpreendida pelo bloqueio viário montado em razão de um protesto de moradores do bairro Sobral em frente à prefeitura de Rio Branco. Sem perceber, a mulher atravessou o ponto de interdição e, ao se dar conta da situação, parou a motocicleta para pedir informações sobre o trajeto alternativo.
Nesse momento, ainda conforme o relato, o sargento teria iniciado uma abordagem agressiva, dirigindo-se à mulher com termos ofensivos como “louca” e “abestada”. Indignado com a postura do policial, Wellington interveio verbalmente, chamando o PM de “Zé Buceta” – expressão que reconhece como inadequada, mas que, segundo ele, não justificaria a agressão física que sofreu em seguida.

“Ele me deu uma mãozada aqui, quase na minha cara, no pé da minha orelha. Me agrediu com força e já veio querendo me prender”, disse o gari, que teve seu material de trabalho recolhido pela guarnição e foi conduzido à delegacia.
Cinco testemunhas oculares confirmaram a versão do gari. Uma delas, servidor público que pediu anonimato, criticou a conduta do PM. “Um cara desequilibrado como esse não pode estar na rua com arma na cintura. O que ele fez aqui foi irresponsável. Se isso tivesse escalado, poderia ter terminado em óbito”, afirmou.
O mesmo depoente relatou que os demais policiais da guarnição não demonstraram comportamento agressivo, mas que o sargento agiu com descontrole desde o início da abordagem. “A mulher não infligiu nada no trânsito. Ele desceu do carro já xingando. Isso mostra que ele não está preparado para estar na rua”, disse.
Ainda segundo a testemunha, a chegada de outra guarnição ao local elevou a tensão. “A Polícia Militar longe faz falta. Perto, ela é necessária, mas não com gente despreparada. Se esse sargento virar oficial, que tipo de liderança teremos?”, questionou.
O policial envolvido, identificado como 2º sargento PM R Santos, não quis gravar entrevista.
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Nota da PM sobre o caso
“A PMAC foi acionada via Copom para realizar uma interdição de trânsito no cruzamento entre a rua Floriano Peixoto e a rua Rui Barbosa, em virtude de uma manifestação que ocorria no local, nas proximidades da prefeitura de Rio Branco. Os militares interditaram a rua Rui Barbosa (bloqueando o trajeto da rua Floriano Peixoto para rua Rui Barbosa), sinalizando-a devidamente com cones.
Certo momento, dois condutores com suas motocicletas procuraram transpor o bloqueio viário, quando foram orientados a seguir por outro caminho. No entanto, um dos motociclistas desobedeceu à ordem legal, desceu da moto e transpôs o bloqueio, empurrando-a em direção à prefeitura.
Nesse momento, um homem que estava próximo à situação tentou defender o infrator e proferiu palavras de baixo calão contra a atuação legal do policial militar. Diante da situação, o homem recebeu voz de prisão por desacato e foi conduzido à Defla (Delegacia de Flagrantes), para continuidade dos procedimentos cabíveis.
No que se refere ao conteúdo que circula nas redes sociais referente a supostas agressões, a PMAC informa que irá apurar o ocorrido e reafirma o seu compromisso com a sociedade acreana de atuar sempre na defesa da lei e da ordem, com respeito aos direitos humanos e à dignidade da pessoa humana.”