O Acre foi o primeiro estado do país a receber a etapa estadual da Conferência do Trabalho. A abertura, nesta terça-feira, 16, no auditório do Sebrae, contou com a presença do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, que fez questão de destacar a importância de iniciar os encontros pela região.
“O tema trabalho precisa ser resgatado. Muitas vezes, sua importância foi diminuída. Agora queremos recolocá-lo no centro do debate nacional, considerando os novos desafios, como a inteligência artificial, as transições climática e energética e a necessidade de inclusão social”, afirmou o ministro.
A conferência é tripartite, ou seja, constituída por três partes, e reúne governo, empregadores e trabalhadores em um processo de construção coletiva. De acordo com o superintendente regional do Trabalho no Acre, Leonardo Lani, começar pelo estado é um gesto simbólico do governo federal. “O objetivo da conferência é abrir as rodadas estaduais que vão culminar em março do ano que vem, em São Paulo. É a primeira das 27 conferências que inaugura essa ideia do diálogo social tripartite entre empregadores, trabalhadores e o poder público”, explicou.
Lani contou que o convite ao ministro foi feito pessoalmente. “Em agosto, estive com ele na Conferência Nacional de Economia Solidária, em Brasília, e disse que a visita ao Acre mostraria à população que o governo federal está sensível às suas necessidades. O presidente Lula havia acabado de anunciar mais de R$ 1 bilhão em investimentos, e a presença de um ministro logo em seguida reforça esse compromisso”, destacou.
O superintendente também ressaltou a importância do evento ocorrer no Sebrae, ampliando a visão sobre a geração de trabalho e renda. “Aqui nós discutimos também a realidade dos trabalhadores por conta própria, que representam metade da taxa de ocupação no Brasil. A ideia é pensar em formas de simplificar a inclusão dessas pessoas no sistema previdenciário, garantindo proteção social. Isso reforça a descentralização da responsabilidade do poder público, envolvendo também o setor produtivo”, afirmou.
O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, reforçou o simbolismo da escolha. “Nós acreanos sentimos falta de um tempo de prosperidade, mas acreditamos que ele pode voltar. A conferência, envolvendo juventude, empresas, municípios e governo, mostra que o estado tem todas as condições de viver uma nova fase”, disse.
Ao abrir o ciclo pelo Acre, o governo federal pretende valorizar o papel da região na formulação de políticas nacionais de trabalho e emprego. “Nós enxergamos todo o território nacional, sem esquecer ninguém”, concluiu Marinho.