Em meio ao avanço do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, lideranças políticas e religiosas do Acre, ligadas à direita, articulam uma manifestação no próximo sábado, 7, às 16h, na Gameleira, em Rio Branco, para pedir anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília (DF).
O ato, batizado de “Reaja Brasil”, é parte de uma mobilização nacional promovida por aliados da extrema direita e tem ganhado força no estado com o engajamento de figuras como o senador Márcio Bittar (União Brasil), o prefeito de Rio Branco Tião Bocalom (PL) e o deputado federal Coronel Ulysses (União Brasil).
Também participam pastores de diferentes denominações evangélicas, como Luiz Gonzaga, da Assembleia de Deus em Rio Branco, e Pedro Abreu, presidente da Ceimadac (Convenção Estadual de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus do Acre).
A convocação tem sido feita por meio de vídeos nas redes sociais e grupos religiosos, com discursos que denunciam suposta perseguição política e defendem a liberdade religiosa, a família e a democracia.
“Agora, nós somos a voz do presidente Bolsonaro, nós somos a voz de todos aqueles brasileiros que estão sendo perseguidos”, diz o senador Márcio Bittar no trecho inicial do vídeo que foi divulgado pelos organizadores.
Além de parlamentares e líderes religiosos, o ato deve contar com a presença de Michele Farias, militante do Movimento Patriota que foi presa em janeiro de 2023, e de representantes do Executivo municipal, como o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, João Marcos Luz (PL). A presidente estadual do PL Mulher, Charlene Lima, e o presidente da Câmara de Rio Branco, Joabe Lira (União Brasil), também confirmaram participação.
A manifestação no Acre ocorre em sintonia com atos previstos em outras capitais, como São Paulo, Brasília e Recife, e reflete o esforço da oposição para pressionar o Congresso Nacional a aprovar uma proposta de anistia ampla. O texto, articulado por deputados do PL e apoiado por partidos como Republicanos, União Brasil e PP, visa beneficiar não apenas os condenados pelos atos de 8 de janeiro, mas também investigados no inquérito das fake news – incluindo o próprio Bolsonaro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou publicamente a proposta, nesta quinta-feira,4, afirmando que há risco de aprovação no Congresso, onde a extrema-direita ainda mantém influência. Em encontro com ativistas em Belo Horizonte (MG), Lula também condenou a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que teria buscado apoio internacional junto ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No Acre, os organizadores esperam reunir centenas de pessoas na Gameleira, em um ato que, segundo eles, será pacífico e voltado à defesa da liberdade. “É hora de despertar, enquanto é tempo”, diz o chamado.