A cafeicultura tem ganhado espaço no Vale do Juruá e mudado a rotina de agricultores familiares, segundo relatos de gestores municipais e representantes do setor produtivo. Durante encontro em Mâncio Lima, realizado neste sábado, 27, prefeitos e produtores destacaram o crescimento da atividade e os efeitos positivos na renda das famílias.
O prefeito de Rio Branco e presidente da Associação dos Municípios do Acre (Amac), Tião Bocalom (PL), participou do evento e afirmou que o café representa uma alternativa mais lucrativa em comparação a outras culturas tradicionais. “Um hectare de café pode gerar até R$ 100 mil por ano, trazendo renda e dignidade para a agricultura familiar”, disse. Ele também lembrou que, por muitos anos, a mandioca foi a principal base da economia local, mas com retorno limitado.

A reunião contou com a presença de lideranças como o presidente da Coopercafé, Jonas Lima, que atribuiu o avanço da produção ao apoio de prefeituras, governo estadual e parlamentares. “O cooperativismo mostrou que quando há apoio, o pequeno produtor consegue crescer”, afirmou.
O prefeito de Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima (PP), que também é cooperado, ressaltou o impacto social da cultura. “O café mudou a vida de muitas famílias aqui no Juruá. É um exemplo para o Brasil de que o cooperativismo fortalece a agricultura familiar”, disse.

Em Mâncio Lima, o prefeito José Luiz relatou que o cultivo tem impulsionado a economia local. Segundo ele, moradores conseguiram melhorar de vida, adquirir veículos e construir moradias. “Isso só foi possível porque lá atrás alguém acreditou que essa cultura poderia transformar a região”, afirmou.
Bocalom também projetou que, com assistência técnica e investimentos, a produção de café pode alcançar cifras bilionárias nos próximos anos. “Tenho certeza de que em pouco tempo vamos falar em bilhões movimentados só com essa produção”, declarou.