O deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) criticou nesta terça-feira, 9, a situação do transporte escolar em Tarauacá. Em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), ele denunciou a paralisação dos serviços por falta de pagamento às empresas contratadas e apontou prejuízos à educação de estudantes da zona rural.
Segundo o parlamentar, a maioria das escolas em áreas rurais do município não conseguiu manter três meses completos de aulas ao longo do ano letivo. Ele afirmou que os transportadores escolares suspenderam as atividades na segunda-feira, 8, devido a atrasos nos repasses financeiros.
O problema foi discutido em audiências públicas realizadas em julho na Câmara Municipal de Tarauacá. Um documento com denúncias foi encaminhado ao Ministério Público do Acre (MPAC), que teria solicitado informações à Secretaria Municipal de Educação, sem resposta até o momento.

Durante o pronunciamento, Magalhães criticou a atuação das empresas responsáveis pelos contratos, citando a Locadora Comércio e Representação Ltda (Loacre) e a Suply Soluções em Tecnologia e Transportes Ltda. Segundo ele, há casos em que os salários dos transportadores são pagos, mas os valores referentes à locação de embarcações ou ao combustível não são quitados, o que inviabiliza o serviço. “Quando não falta uma coisa, falta outra”, disse.
O deputado também denunciou supostas perseguições a trabalhadores que reivindicam seus direitos. De acordo com ele, um transportador foi demitido após cobrar o pagamento atrasado. “É inadmissível que, em pleno 2025, com recursos disponíveis, empresas que descumprem suas obrigações sejam premiadas com renovação contratual”, afirmou.
Como resposta à crise, Magalhães apresentou requerimento propondo a convocação da Secretaria de Educação, das empresas contratadas, da Câmara Municipal de Tarauacá e dos vereadores Janaína Acioly (PP) e Chagas Batista (PCdoB), que organizaram as audiências públicas. O objetivo é reunir os envolvidos na Comissão de Educação da Aleac para esclarecer os fatos e buscar soluções.
Segundo o documento, a audiência deve ocorrer ainda no mês de setembro. Porém, a data será definida pelo presidente da Comissão de Educação da Casa.