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Impasse sobre aluguéis de gabinetes expõe falhas administrativas na Câmara de Rio Branco

Impasse sobre aluguéis de gabinetes expõe falhas administrativas na Câmara de Rio Branco

Vereadores enfrentam impasse sobre gabinetes alugados (Foto: Divulgação)

A ausência de sede própria para abrigar os gabinetes parlamentares da Câmara de Rio Branco tem gerado desconforto entre os vereadores e exposto dificuldades na gestão dos espaços de trabalho. Após receber um aviso informal de despejo, o vereador João Paulo Silva (Podemos) informou que o impasse sobre o imóvel onde atua com sua equipe está próximo de ser resolvido.

Segundo o parlamentar, uma reunião com o presidente da Câmara, Joabe Lira (União), e representantes da Procuradoria, do Controle Interno e da Diretoria Administrativa da Casa encaminhou uma solução para o caso. “Ficou acordado que até o final de setembro essa questão será resolvida oficialmente. O proprietário do imóvel já entregou boa parte dos documentos exigidos e se comprometeu a apresentar o que falta na próxima semana”, afirmou.

O vereador explicou que está há dois meses e meio no espaço, mas foi informado que precisaria deixá-lo por falta de contrato formal. Com o avanço das tratativas, a expectativa é que a assessoria jurídica da Câmara finalize o processo de regularização, incluindo o ressarcimento dos custos já gerados – pagos, até então, do bolso de João Paulo Silva.

Impasse sobre aluguéis de gabinetes expõe falhas administrativas na Câmara de Rio Branco
Hoje, Legislativo funciona em um prédio alugado na Rua Hugo Carneiro, no Bosque, e é considerado insuficiente para atender a demanda dos 21 vereadores – Foto: Cedida

O presidente da Casa reafirmou que a contratação de imóveis para uso parlamentar está condicionada a uma série de exigências legais. Entre elas, está o cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o Ministério Público do Acre (MPAC), que estabelece regras para garantir o uso correto dos recursos públicos.

Joabe Lira explicou que, para alugar qualquer imóvel com dinheiro público, “é preciso seguir um processo detalhado, que inclui análise jurídica e entrega de documentação completa por parte do proprietário”.

O termo firmado com o MPAC exige que a Câmara justifique tecnicamente a necessidade de cada locação, com base em critérios objetivos. Também determina que os imóveis estejam com a documentação em dia, como certidões negativas e registros atualizados. Além disso, os contratos devem ser feitos com transparência e respeitar os princípios de legalidade, moralidade e eficiência.

Nova sede

Enquanto os parlamentares enfrentam dificuldades para manter seus gabinetes funcionando, a Câmara trabalha na construção da primeira sede própria em mais de 60 anos. O novo prédio, localizado no bairro Jardim Europa, está com 90% das obras concluídas e deve ser entregue à população em novembro. A estrutura contará com estacionamento, plenário moderno, setores administrativos e espaços adequados para vereadores, servidores e comunidade.

A obra teve início em março de 2023 e soma R$ 27 milhões em investimentos, com recursos da prefeitura de Rio Branco e de emendas parlamentares. O projeto foi dividido em duas fases: a primeira, avaliada em R$ 14 milhões, contempla o plenário e parte administrativa, com entrega prevista para este ano. A segunda etapa, orçada em R$ 18 milhões, prevê a construção dos gabinetes dos vereadores, com início programado para 2026, mediante novos recursos.

Até lá, os parlamentares seguem dependendo de imóveis alugados, cuja contratação esbarra em exigências legais e lentidão nos trâmites internos.

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