A Câmara de Rio Branco recebeu na última quarta-feira, 3, um projeto de lei que propõe reconhecer o calendário de eventos da Diocese local como patrimônio cultural e imaterial do município. A iniciativa, apresentada pelo vereador André Kamai (PT) com coautoria de Samir Bestene (PP), busca valorizar manifestações religiosas da Igreja Católica que, segundo os autores, integram a identidade coletiva da capital acreana.
O texto inclui no calendário oficial celebrações como a Semana Santa, o Corpus Christi, o Rio de Água Viva – realizado durante o Carnaval – e o Sírio de Nazaré, que já possui legislação própria e está inserido no calendário turístico da cidade. A proposta pretende consolidar esses eventos como expressões culturais de relevância pública, com potencial de fortalecimento das ações sociais promovidas pela diocese.
Durante discurso na tribuna, Kamai afirmou que a proposta surgiu após diálogo com lideranças religiosas e membros da comunidade católica. “Fui procurado por pessoas da Igreja Católica, conversei com o padre Manuel, da Catedral, e com o ex-vereador Gabriel Forneck, da Igreja São Peregrino. A partir dessas conversas, decidimos apresentar esse projeto que reconhece a importância da Igreja na organização da sociedade de Rio Branco”, disse.
O parlamentar também destacou o papel da diocese na promoção de obras sociais e na formação comunitária. “A Igreja Católica tem uma atuação histórica na cidade, especialmente nas ações voltadas às populações mais vulneráveis. Reconhecer esse calendário é também reconhecer o impacto positivo que essas celebrações têm na vida das pessoas”, afirmou.
A proposta será encaminhada às comissões temáticas da Câmara antes de seguir para votação em plenário. Se aprovada, poderá abrir caminho para parcerias institucionais e políticas públicas voltadas à preservação e valorização do patrimônio imaterial ligado à fé católica.
A Diocese de Rio Branco organiza eventos que mobilizam milhares de fiéis todos os anos, com destaque para o Sírio de Nazaré, que reúne devotos em procissão pelas ruas da capital. A inclusão formal desses ritos no patrimônio cultural municipal pode representar, segundo os autores do projeto, um avanço na proteção das tradições religiosas e na promoção da diversidade cultural acreana.