O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou na manhã deste domingo, 7, do desfile cívico-militar em comemoração ao Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios. A cerimônia, marcada pelo mote “Brasil Soberano”, reuniu autoridades dos Três Poderes, mas foi marcada pela ausência dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e por manifestações contrárias à proposta de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.
Lula chegou ao local por volta das 9h04 (horário de Brasília) e desfilou em carro aberto ao lado da primeira-dama, Janja da Silva. Sem discursos oficiais, o evento teve como foco a exibição de tropas das Forças Armadas, apresentações temáticas e símbolos nacionais. Parte do público gritou “sem anistia” durante a passagem do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que está sob pressão de aliados de Jair Bolsonaro para colocar em votação um projeto de anistia a condenados por crimes contra a democracia.
O desfile foi organizado em três eixos: defesa da soberania nacional, organização da COP30 e obras do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), além das futuras entregas do governo. O slogan “Brasil Soberano”, adotado pelo Planalto em resposta ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi estampado em faixas, bonés e camisetas distribuídas ao público.

Entre os presentes estavam o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Rui Costa (Casa Civil), José Múcio (Defesa), Ricardo Lewandowski (Justiça), Simone Tebet (Planejamento), Marina Silva (Meio Ambiente) e Celso Sabino (Turismo), que usou o boné oficial do evento mesmo após o desembarque do União Brasil da base governista. Também compareceu André Fufuca (PP-MA), ministro do Esporte, cujo partido também anunciou saída do governo.
A ausência dos ministros do STF foi notada em meio ao julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe. O ex-presidente está em prisão domiciliar desde 4 de agosto e pode ser condenado a até 43 anos de prisão. A Primeira Turma da Corte começa a votar o caso na próxima terça-feira, 9.
O desfile terminou por volta das 11h20, sem pronunciamento de Lula ou de outras autoridades. Nas redes sociais, o presidente reforçou o discurso de soberania e pediu mobilização popular contra qualquer proposta de anistia. O governo mantém posição contrária à medida e articula para barrar sua tramitação no Congresso.
*Com informações do G1