A condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado provocou reações distintas entre os três senadores do Acre. Enquanto Alan Rick (União Brasil) e Márcio Bittar (PL) se manifestaram em defesa do ex-presidente, Sérgio Petecão (PSD), integrante da base governista, optou pelo silêncio.
Alan Rick classificou o julgamento como uma afronta à Constituição. Segundo ele, o processo foi conduzido com vícios que comprometem sua legitimidade, como a concentração de poderes em um único relator e o cerceamento da ampla defesa. “A democracia não se sustenta em exceções casuísticas, mas no respeito incondicional às garantias constitucionais. A direita não será silenciada”, afirmou o senador, que já havia antecipado o desfecho da votação.
Na mesma linha, Márcio Bittar elevou o tom e chamou a condenação de “farsa jurídica”. Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar citou o voto do ministro Luiz Fux como uma “aula de direito” e acusou o relator Alexandre de Moraes de agir por motivações políticas.
“Foi o juiz de carreira contra o sancionado, foi a lei contra a vontade de um tirano”, declarou. Bittar também mencionou críticas internacionais à decisão, destacando declarações do secretário de Estado dos EUA Marco Rubio e do presidente Donald Trump.
Por outro lado, Sérgio Petecão, que integra a base do presidente Lula – adversário de Bolsonaro nas eleições de 2022 – não se pronunciou até o momento sobre o julgamento. A ausência de manifestação contrasta com o posicionamento enfático dos colegas acreanos e reforça a divisão política entre os representantes do estado no Senado.
A condenação de Bolsonaro e de outros sete aliados foi decidida na última quinta-feira, 11, por quatro votos a um na Primeira Turma do STF. O tribunal considerou o ex-presidente culpado por cinco crimes, incluindo tentativa de golpe e organização criminosa armada. A dosimetria das penas será definida nos próximos dias, e a prisão só poderá ser efetivada após o julgamento de eventuais recursos.