A Câmara de Rio Branco aprovou nesta terça-feira, 2, o requerimento nº 241/2025, que pede ao prefeito Tião Bocalom (PL) o afastamento temporário do presidente da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans), Clendes Vilas Boas. A proposta foi apresentada por vereadores da base e recebeu 12 votos favoráveis. Apenas Lucilene Vale (PP) se posicionou contra.
Antes disso, um requerimento apresentado pelo vereador Fábio Araújo (MDB), que solicitava o afastamento imediato de Clendes, foi rejeitado pela Casa. Houve empate na votação, e coube ao presidente da Câmara, Joabe Lira (União Brasil), decidir. Ele votou contra o afastamento imediato, derrubando a proposta.
Em seguida, o requerimento da base, que propunha o afastamento temporário, foi aprovado pela maioria dos parlamentares. O pedido ganhou força após nove vereadores aliados ao prefeito se juntarem aos três da oposição, formando maioria absoluta na Casa.
Entre os governistas que votaram a favor estão Leôncio Castro (PSDB), vice-presidente da Mesa Diretora; Felipe Tchê (PP), primeiro secretário; Bruno Moraes (PP); Aiache (PP); Samir Bestene (PP); Elzinha Machado (PP); João Paulo Silva (Podemos); e Matheus Paiva (União Brasil).
Do lado da oposição, apoiaram o requerimento André Kamai (PT), Zé Lopes (Republicanos), Fábio Araújo e Eber Machado (MDB).
A justificativa apresentada pelos parlamentares é evitar qualquer interferência nas investigações sobre denúncias de assédio moral e perseguição a servidores da RBTrans. Segundo o vice-presidente da Câmara, há suspeitas de que funcionários foram retaliados por não apoiarem, nas eleições de 2024, o ex-vereador João Marcos Luz (PL), aliado de Clendes.
O documento não tem poder de afastar Clendes, mas serve como pressão política do parlamento para o prefeito Bocalom.
A crise se intensificou após declarações do superintendente em rede de televisão. Na entrevista, ele insinuou que todos os vereadores teriam envolvimento com compra de votos. “Se for levar [denúncias] a sério, não fica nenhum vereador lá. Porque se for levar a sério, acho que todos têm problema com o negócio da eleição”, afirmou.
Com o requerimento aprovado, os parlamentares aguardam agora um posicionamento do prefeito Tião Bocalom sobre o futuro de Clendes Vilas Boas à frente da autarquia. Enquanto isso, reforçam a necessidade de uma gestão transparente e livre de interferências nas apurações.