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Bom farejador: saiba como cães podem detectar doenças em seus tutores

Bom farejador: saiba como cães podem detectar doenças em seus tutores

Getty Images

Criar cães em casa é uma decisão que exige responsabilidade mas, acima de tudo, gera benefícios. Além de trazer alegria, aumentar a interação entre os familiares e ser uma ótima companhia, a ciência descobriu que os cachorros ainda têm outra habilidade vantajosa: a capacidade de detectar precocemente doenças em humanos.

Com o olfato altamente apurado, os cães conseguem detectar mudanças bioquímicas no organismo humano – mesmo que mínimas – quando os tutores estão doentes.

“A parte do cérebro que codifica e percebe os cheiros é muito maior em cães do que em humanos. Essa característica permite que eles detectem concentrações muito pequenas de compostos químicos, o equivalente a encontrar uma gota de uma substância específica em uma piscina olímpica”, exemplifica a médica veterinária Kássia Vieira, professora na Universidade Católica de Brasília.
No entanto, Kássia ressalta que os animais não compreendem o conceito de “doença”. Para reconhecerem e sinalizarem a presença de qualquer alteração perigosa, devem ser treinados.

Além de mudanças metabólicas, o melhor amigo do homem também é capaz de perceber alterações no comportamento humano. “Eles conseguem perceber o início de crises epilépticas, crises de agitação associada a autismo ou crises de pânico, e por isso servem também de suporte para pessoas com essas condições”, diz a médica neurologista Thaís Augusta Martins, coordenadora de neurologia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília.

O atributo na prática
Em algumas partes do mundo o atributo canino já vem sendo utilizado medicinalmente. A organização norte-americana In Situ Foundation, na Califórnia, desenvolveu métodos para treinar cachorros detectores de câncer e seus tutores.

“Os cães não farejam pessoas diretamente, mas amostras como hálito, plasma, urina ou escarro (saliva), identificando odores de células cancerígenas”, explica a professora de medicina veterinária Fabiana Volkweis, do Centro Universitário de Brasília (Ceub).

A habilidade já foi comprovada cientificamente em vários estudos, um dos mais recentes foi realizado por pesquisadores britânicos. Segundo a pesquisa, os cachorros identificaram Parkinson pelo cheiro da pele de humanos anos antes dos sintomas. “Os cães treinados detectam a condição com alto índice de precisão, mesmo em pessoas que ainda não apresentavam sintomas”, revela Fabiana.

Por: Metrópoles

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