A Assembleia Legislativa do Acre aprovou nesta terça-feira, 21, duas operações de crédito que somam R$ 280 milhões, a serem contratadas pelo governo estadual junto à Caixa Econômica Federal e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os recursos serão aplicados em projetos de modernização da administração pública e no incentivo à produção sustentável.
O primeiro financiamento, no valor de R$ 30 milhões, será feito por meio do programa Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) – Transformação Digital, da Caixa. O objetivo é digitalizar processos, automatizar sistemas e ampliar a conectividade entre órgãos estaduais, promovendo a modernização dos serviços públicos. O projeto inclui a compra de equipamentos, softwares e serviços técnicos especializados.
Já o segundo empréstimo, de até R$ 250 milhões junto ao BNDES, será destinado ao fortalecimento das cadeias produtivas sustentáveis, com foco em programas de plantio florestal, sistemas agroflorestais, integração lavoura-pecuária-floresta e incentivo a produtos madeireiros e não madeireiros.
O plano prevê ainda a implantação de 2 mil hectares de sistemas agroflorestais, incentivo à produção de cacau e mel, e oferta de assistência técnica rural por três anos, beneficiando cerca de 2 mil famílias de agricultores familiares, povos indígenas e comunidades tradicionais.
As duas medidas integram o Plano Plurianual 2024–2027 e o programa Agenda Acre 10 Anos (2023–2032). Após a aprovação em plenário, as matérias seguem para sanção do governador Gladson Camelí (PP).
O deputado Emerson Jarude (Novo) criticou a aprovação dos projetos de crédito do Poder Executivo. Segundo o parlamentar, a medida representa um ônus desnecessário à população acreana e levanta dúvidas sobre a real destinação dos recursos. “Estamos falando de um empréstimo de 280 milhões de reais a serem pagos pelo povo acreano. E, convenhamos, é muito mais fácil esse dinheiro ir parar nas campanhas eleitorais do ano que vem do que em benefício para o povo. Essa é a grande verdade”, afirmou.
Já o deputado Manoel Moraes (PP), líder do governo na Aleac, defendeu a aprovação dos projetos, destacando que os recursos são fundamentais para fortalecer a produção rural, gerar emprego e combater a fome na Amazônia. Segundo ele, os empréstimos serão direcionados principalmente aos pequenos produtores e viveiristas, que enfrentam dificuldades financeiras para preparar a terra e ampliar a produção.
“Esses empréstimos todos se voltam para o pequeno produtor rural, para viveiristas, para a produção de mudas. Hoje, quem quiser comprar muda de cacau, de café ou de qualquer outra espécie, não encontra. As pessoas querem produzir, querem plantar, mas não têm condições financeiras de gradear e irrigar. O Estado está fazendo a sua parte, com boa intenção”, disse.