O caso de uma jovem de 24 anos, natural de Candeias do Jamari (RO), que foi transferida para Rio Branco com suspeita de intoxicação por metanol, levou o Acre a ser um dos primeiros estados do país a receber o etanol farmacêutico — medicamento estratégico utilizado como antídoto em casos desse tipo. A informação foi confirmada pelo governo nesta segunda-feira, 6.
Conforme o governo, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, confirmou nesse domingo, 5, o envio de 30 doses para a Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre).
A paciente chegou à capital acreana na última semana em estado gravíssimo, com indicação de transplante hepático de emergência, após desenvolver hepatite fulminante, rabdomiólise e insuficiência renal. Segundo a direção da Fundhacre, ela permanece internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), sob monitoramento contínuo da equipe médica, enquanto aguarda pelo procedimento.
Ainda segundo o governo, a jovem procurou atendimento médico inicialmente em sua cidade de origem, mas, diante do agravamento do quadro, foi encaminhada ao pronto-socorro de Porto Velho (RO). Ela apresentava sintomas de dor abdominal intensa, náusea e vômito após o consumo de bebidas alcoólicas.
Um exame toxicológico feito pelo Instituto Laboratorial Criminal Dr. Antônio Carlos Sampaio Nunes de Melo, em Porto Velho, não identificou presença de metanol, mas uma nova análise será realizada nesta segunda-feira, 6, em Rio Branco, para confirmar a causa da intoxicação.
O caso foi comunicado ao Ministério da Saúde pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e pela Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar, com apoio do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) da Fundhacre.
“Quero frisar que não temos, até o momento, nenhum caso local de intoxicação por metanol e, apesar de o exame inicial ter apontado como negativo para a presença da substância nesta paciente, nossa equipe logo solicitou que o Ministério da Saúde priorizasse o Acre. Estamos localizados em uma região estratégica, onde atendemos pacientes de outros estados e também de países de fronteira. Por isso, é essencial que o Acre esteja preparado e estamos trabalhando para isso”, afirmou a secretária de Saúde em exercício do Acre, Ana Cristina Moraes.