O Acre ocupa o primeiro lugar no país quando o assunto é preservação das línguas indígenas entre os jovens. De acordo com dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira, 24, mais de 55% da população indígena acreana de 2 a 19 anos fala ou utiliza algum idioma nativo no domicílio.
O dado coloca o estado à frente de regiões como o Maranhão (53,91%), Mato Grosso (53,46%), Tocantins (53%), Pará (52,34%), Paraíba (51,71%) e Minas Gerais (50,04%), os únicos estados que também ultrapassam a marca de 50% nessa faixa etária.
A estatística reflete um fenômeno cultural de resistência: no Acre, as novas gerações são hoje as principais guardiãs das línguas ancestrais.
Atualmente, o estado contabiliza 41 línguas indígenas faladas, conforme declarado pelos próprios falantes. Embora o número o coloque entre os oito estados com menor variedade linguística em termos absolutos, a proporção de falantes jovens é a mais alta do país.
Entre os povos indígenas que vivem no Acre, os Huni Kui (Kaxinawá) formam o grupo mais numeroso. Por consequência, seu idioma, o hãtxa kuĩ, é o mais falado entre as línguas nativas do estado, ficando atrás apenas do português em número de falantes.
Segundo o IBGE, a idade mediana dos falantes indígenas no Acre é de 17 anos, o que reforça o papel central das crianças e adolescentes na preservação dessas línguas.








