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Alto nível de turbidez no Rio Acre dificulta abastecimento de água em Rio Branco, diz Saerb

Alto nível de turbidez no Rio Acre dificulta abastecimento de água em Rio Branco, diz Saerb

Foto: Divulgação

O abastecimento de água em Rio Branco tem enfrentado dificuldades nos últimos nove dias devido ao aumento atípico da turbidez no Rio Acre, causado por materiais como argila e matéria orgânica, popularmente conhecida como “água soldada”.

Entre os dias 11 e 20 de outubro, a turbidez ultrapassou 1000 NTU, escala utilizada para medir a turbidez, em praticamente todos os dias, sendo que em três deles chegou acima de 2000 NTU, muito acima da mínima registrada no verão, que é de 70 NTU, e do limite máximo de tratamento das Estações de Tratamento de Água (ETAs), que é de 800 NTU.

O Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) informou que precisou reduzir a captação do rio de 1.600 litros por segundo para 1.300 litros por segundo e, em quatro dos últimos nove dias, para 1.200 litros por segundo, garantindo que a água enviada à população não ultrapassasse os padrões de qualidade. O órgão também tem buscado equalizar o abastecimento entre as diferentes regionais da cidade, mantendo o fornecimento mínimo nos bairros.

O coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente coronel Cláudio Falcão, explicou que a situação é agravada pela oscilação do Rio Acre, intensificada pelas chuvas não previstas que começaram na segunda quinzena de outubro.

“A turbidez da água sempre vai ser um problema para o tratamento aqui do Saerb. Porém, sempre demorava menos dias, agora nós estamos com mais dias de turbidez. Tudo isso traz sedimentos para dentro do leito do rio e faz com que a água fique muito mais turva e com isso muito mais difícil de tratar, podendo ocasionar prejuízos justamente no consumidor final”, detalhou.

Falcão ressaltou que a Defesa Civil acompanha o trabalho do Saerb e que já existem planos de contingência para minimizar impactos nos bairros. Ele destacou ainda a necessidade de monitoramento em toda a extensão do Rio Acre, que mede 1.190 quilômetros, citando problemas como falta de mata ciliar e garimpos ilegais na nascente em Porto Maldonado, no Peru.

“Tudo isso está sendo estudado para que não abdiquemos da única fonte de captação de água que temos para Rio Branco, abastecendo quase 150 mil domicílios”, afirmou.

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