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“Cuidar é a maior missão da medicina”. É com essa frase que a oncologista pediatra, Valéria Paiva define a profissão que dedica que há 26 anos, sendo 19 deles no estado do Acre. Neste sábado, 18, dia em que se comemora o Dia do Médico, A GAZETA conta a história dessa profissional, que se dedica a cuidar de crianças que lutam contra o câncer.
Para doutora Valéria, o maior sucesso na profissão nem sempre está nos casos que deram certo, mas muitas vezes nos que não tiveram o resultado esperado. “Poder reencontrar os familiares de pacientes e ver que eles vêm me agradecer é o meu maior presente”, relata a médica.

Mesmo diante das perdas, a doutora reconhece que é possível encontrar vitórias. Esse equilíbrio tem sido fonte de força e inspiração, moldando sua trajetória como médica, mãe e também como paciente.
Entre tantas histórias que marcaram sua trajetória, a médica relembra a de Eduarda Frota, hoje com 23 anos, e estudante de Enfermagem. A jovem foi diagnosticada com linfoma de Burkitt, um câncer raro e agressivo que cresce muito rápido, aos 7 anos, e após quatro anos de tratamento, ela hoje está curada.

A médica conta que, desde o início, se encantou com a menina e fez o possível para ajudá-la.
Eduarda passou por todos os tratamentos, incluindo quimioterapia e cirurgia, mas algum tempo depois voltou a sentir incômodos no estômago. Rapidamente, a doutora percebeu que o câncer havia retornado e que seria necessário um transplante de medula.
Com a ajuda da doutora Valéria e de toda a equipe, conseguiram uma vaga para a cirurgia em São Paulo, e a menina passou pelo procedimento. Depois, ela ainda precisou fazer mais algumas sessões de quimioterapia antes de retornar ao tratamento em Rio Branco. Em 2013, Eduarda recebeu a alta definitiva.
“Lembro que a Eduarda foi um caso difícil. Um dia, eu estava no shopping e, de repente, olhei e vi a Eduarda, já uma adolescente, comendo com os amigos. Naquele momento, me emocionei”, recorda a doutora Valéria, com lágrimas nos olhos.
O tempo que passou no hospital transformou-se em aprendizado e gratidão: hoje, Eduarda estuda enfermagem, motivada pelo amor e cuidado que recebeu durante o tratamento.
“Sempre fui muito bem tratada, não só eu, mas todos os outros pacientes que faziam tratamento comigo. Eu não tenho o que reclamar dessa equipe, e principalmente da doutora, que fez tudo o que podia por mim”, relata Eduarda.

Ela conta mantém contato com a doutora Valéria até hoje, visitando-a para expressar sua gratidão por tudo que a médica fez. “E não é à toa que eu não poderia escolher outra área senão a da saúde”, acrescenta Eduarda Frota.