O amor pela educação é um elo que atravessa gerações na família de Alaíres Silva, de 65 anos, e do filho, Romero César Silva, de 42. Professores de Geografia, mãe e filho compartilham não apenas a mesma profissão, mas também uma história inspiradora. Em 2019, ambos foram aprovados no concurso público da rede estadual de ensino do Acre, um marco na trajetória dos dois educadores.
Desde 1997, Alaíres se dedica à sala de aula. Atualmente, leciona Geografia para turmas do 6º e 7º anos e recorda com carinho o incentivo que recebeu do filho para continuar na docência, mesmo após décadas de atuação na rede privada.
“Não estudamos juntos, mas foi ele (Romero) que me incentivou a fazer o concurso, pois eu já estava no processo de aposentadoria da rede privada de ensino. Ele percebeu que eu ainda tinha muita disposição para contribuir com a educação pública”, conta.

Romero, por sua vez, cresceu cercado de livros, cadernos e exemplos. Inspirado pelos pais – o pai cursou Sociologia na Ufac -, seguiu o mesmo caminho e hoje dá aulas para turmas do 9º ano na rede pública estadual e também do 6º ano ao 3º ano do ensino médio em escolas privadas e em cursinhos preparatórios para o Enem.
“Sempre observava minha mãe estudando e meu pai cursando Sociologia na Ufac. Foram grandes exemplos para mim”, relembra.
A aprovação no concurso foi motivo de grande emoção. “Vi a luta da minha mãe como professora provisória, não foi fácil para ela. Quando o resultado saiu, foi um misto de felicidade e alívio”, conta Romero.
Durante a preparação, mãe e filho viveram uma rotina intensa, conciliando o trabalho com os estudos. “Nos ajudamos com materiais e também trocamos experiências com colegas da educação”, lembra Alaíres.
Mais do que uma profissão, o magistério é um propósito para os dois. “Ser professora é acreditar que a educação transforma vidas e contribui para a sociedade”, define Alaíres.
Romero completa: “Somos a ponte que o aluno precisa para se tornar um cidadão. Hoje, além de ensinar, precisamos estar preparados para lidar com as demandas afetivas de estudantes em situação de vulnerabilidade”.