O governo do Acre decidiu esticar a corda na queda de braços com os trabalhadores da Saúde, e o resultado não podia ser outro: ameaça de greve generalizada em todos os 22 municípios do estado. A decisão será tomada no próximo dia 29, em assembleia geral.
As várias categorias de servidores ficaram revoltadas após o governo descumprir os prazos que ele mesmo estabeleceu para a entrega do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) da Saúde, principal demanda do movimento.
A data limite estabelecida pelo governador Gladson Cameli (PP) para o envio da proposta foi 30 de setembro. Segundo o deputado Adailton Cruz (PSB), que representa os trabalhadores na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), sequer foi dada satisfação sobre o não cumprimento do acordo.
“A gente chamou representantes do governo aqui na assembleia e eles ainda não definiram quando irão entregar o plano. informaram que ainda estão compatibilizando cálculos de impacto. Se até o dia 29 esse PCCR não chegar aqui corrigido e pronto para ser votado, os trabalhadores irão encaminhar a deflagração de greve geral”, disse o parlamentar.

A possível greve abarcaria todas as áreas de atuação da saúde pública estadual, que vai da atenção primária até serviços de maior complexidade, como os que são feitos na Fundação Hospitalar (Fundhacre).
“Eu, particularmente, não quero greve, porque prejudica a população. A gente sabe, a saúde já é ruim. As pessoas já morrem porque falta leito, cirurgia, medicamento e exame. E, com o processo grevista, todo mundo perde. Daqui para o dia 29 vou tentar convencer e cobrar que o governo entregue esse plano”, continua Cruz.
Outra demanda dos servidores é o aumento do auxílio-saúde de R$ 500 para R$ 1 mil, pauta comum com outros movimento, entre eles o da Educação, que, nesta quarta-feira, 15, também foi ao Parlamento estadual protestar pelo retorno dos 10% da tabela do PCCR deles, percentual reduzido para 7% em 2022.