O Acre recebeu, nesta quinta-feira, 23, o medicamento Trastuzumabe Entansina, um fármaco inédito para o tratamento do câncer de mama pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O medicamento é indicado especialmente para mulheres que ainda apresentam doença ativa após o tratamento inicial, seja cirúrgico ou quimioterápico.
Nesta sexta-feira, 24, os 26 frascos do medicamento foram apresentados na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), onde ele já está disponível.
Para o secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, a aquisição representa um avanço importante na oferta de terapias oncológicas no estado.
“É um marco histórico para o Acre. Nós sabemos que temos três linhas de tratamento: a cirúrgica, a radioterápica e a quimioterápica. Esse é o fortalecimento do pilar da quimioterapia. Recentemente atualizamos o nosso acelerador linear. Hoje, temos o aparelho mais moderno da Região Norte, com zero fila para pacientes que aguardam radioterapia. E agora, também entramos com esse fortalecimento na parte da quimioterapia”, afirmou Pascoal.
O câncer de mama é uma das principais causas de morte entre mulheres no Acre. Em 2024, o estado registrou aumento nos diagnósticos, reflexo da ampliação do rastreamento e da campanha Outubro Rosa e, com o novo medicamento, os tratamentos ganharam ainda mais força.
O diferencial do medicamento é que ele combina quimioterapia e anticorpo em uma só molécula, tornando o tratamento mais eficaz e com menos efeitos colaterais. O médico oncologista Rafael Teixeira explica quais pacientes serão efetivamente beneficiadas.
“Essa incorporação ao SUS vai atender um cenário muito específico. Hoje, temos em torno de 120 a 130 casos novos por ano e, de todas as mulheres com câncer de mama, aproximadamente 20% são HER2 positivas, o que equivale a cerca de 24 mulheres. Mas nem todas se enquadram no critério específico: câncer de mama HER2 positivo com doença residual após quimioterapia adjuvante, ou seja, que operou e ainda tinha tumor. Nesse cenário, são cerca de 15 mulheres por ano. Essa droga tem uma eficácia impressionante: diminui o risco de morte em torno de 50% e reduz a chance de recidiva, ampliando as chances de cura. Para nós, é uma satisfação imensa ser um dos primeiros estados a disponibilizar isso no SUS”, detalhou Rafael Teixeira.
O Acre é um dos primeiros estados da Região Norte a receber o medicamento, um passo importante na descentralização do tratamento oncológico. O chefe do Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF), Marcelo Xavier, destacou a relevância da chegada do fármaco.






